Sara Cardoso Nunes | Médica Interna na Unidade de Saúde Familiar (USF) Lauroé | Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve |snunes@arsalgarve.min-saude.pt

Falar sobre saúde mental tem estado na ordem do dia, principalmente após a pandemia SARS-CoV-2, a qual teve impacto psicológico em milhões de pessoas. A verdade é que a saúde mental é tão importante como a saúde física para o nosso bem-estar.

Como diz o ditado popular “Mente sã em corpo são”, e como cantava o saudoso António Variações “quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”.

Apesar de se ter vindo a reconhecer cada vez mais a sua importância, a prevalência de problemas de saúde mental (uma lista extensa, encabeçada pela depressão e ansiedade) tem aumentado, estimando-se que, por exemplo, a depressão atinja 8% dos portugueses, sendo a principal responsável pela diminuição de produtividade no trabalho e a que mais contribui para as mortes por suicídio.

Além disso, é importante esclarecer que a doença mental pode afetar qualquer pessoa, independentemente do sexo, idade, estrato social, profissão ou religião, causando por vezes mais sofrimento que algumas doenças físicas.

Por isso, se se sente triste/deprimido, fale com alguém da sua confiança acerca dos seus sentimentos e procure ajuda especializada (o médico de família é um bom ponto de partida); tenha uma boa alimentação, pratique exercício e tente dormir bem; evite o uso de álcool e drogas, pois pioram a situação; continue a fazer coisas que lhe dão prazer, mesmo quando a vontade é pouca; e, acima de tudo, fique atento a pensamentos negativos persistentes!

Quando pensar que a vida não vale a pena ser vivida, procure de imediato ajuda junto de um profissional de saúde ou utilize as linhas disponíveis, como a SOS Voz Amiga (213544545) e a Saúde24 (808242424).

Esteja também atento às pessoas à sua volta. Por vezes, um abraço salva uma vida.

A sua opinião é importante para nós: https://forms.gle/U3g858S1hArvFW3C6