O Festival MED 2025 arrancou em Loulé com uma visita guiada à zona histórica da cidade ontem ao fim do dia, onde decorrem os principais palcos e iniciativas do evento. Com as obras de requalificação urbana terminadas mesmo a tempo da realização do festival, a cidade renova-se para receber um dos maiores eventos de world music da Europa. O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, deu as boas-vindas aos convidados e representantes de Cabo Verde, o país oficialmente homenageado nesta edição.
A visita, conduzida pelo diretor do Festival, Vereador Carlos Carmo, percorreu os principais palcos e espaços integrados na programação. Foram destacados os três palcos principais: Palco Cerca, Palco Matriz e Palco Castelo. Cada um tem características próprias, sendo o Palco Cerca um dos mais amplos, situado numa praça histórica junto ao antigo Convento do Espírito Santo.
Ali mesmo, encontra-se instalada a zona de imprensa, que este ano acolhe mais de 110 jornalistas, fotógrafos e outros profissionais de comunicação social, nacionais e internacionais. Um destaque vai para a presença, pelo terceiro ano consecutivo, de um jornalista norte-americano da plataforma "Musical Central", o que comprova a projeção internacional do evento.
Carlos Carmo, vereador da Câmara Municipal de Loulé, destacou o esforço logístico e de requalificação urbana que permitiu preparar o centro histórico para receber o Festival MED:
“Este espaço, é transformado para acolher diferentes valências do festival – desde o Cinema MED, com curadoria de Manuel Baptista e Rui Tendinha, à programação das Poesias do Mundo. Também teremos aqui gastronomia, o que mostra como é possível dar nova vida a locais encerrados durante o ano. Parte significativa do centro histórico foi requalificada a tempo do festival, apesar dos desafios com arqueologia e obras. Criou-se um percurso mais fluido, seguro e confortável para os visitantes.”
O vereador referiu ainda a preocupação com a acessibilidade e o conforto do público:
“Há pequenos troços ainda por consolidar, mas garantimos que a maioria da zona central está pronta. Colocámos pisos alternativos onde era necessário. A programação dos palcos foi organizada de forma a evitar sobreposições sonoras, e temos casas de banho com boas condições de higiene, algumas adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida.”
A cobertura mediática do evento é assegurada por vários parceiros: RTP (televisão), Antena 1, Antena 2 e Antena 3 (rádio pública), e a Rádio Universitária do Algarve (RUA FM). A RTP transmite em direto, através da sua plataforma RTP Palco, os espetáculos dos palcos Cerca, Matriz e Castelo. Já a emissão da Antena 1 e Antena 3 será feita em direto a partir do recinto, diariamente a partir das 19h00.
Durante a visita, foi também destacada a parceria com o projeto Loulé Criativo e o Loulé Design Lab, que promove a valorização de ofícios tradicionais através do design contemporâneo. Mandalas feitas por artesãos e designers locais em materiais como empreita e latão decoram a área do Palco Cerca. O projeto Infinity, igualmente desenvolvido no âmbito do Loulé Criativo, reaproveita materiais como cartão e vidro para criar mobiliário sustentável — alguns dos bancos em cartão estão em uso há quatro edições do festival.
A visita prosseguiu pela Rua do Almirante Cândido dos Reis, passando pela Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, onde está patente a exposição “Cartografias Transatlânticas”, com curadoria de Ricardo Barbosa Vicente (adido cultural da Embaixada de Cabo Verde) e João Serrão (Câmara Municipal de Loulé). Esta mostra insere-se na programação oficial dedicada ao país convidado.
O ponto alto da visita foi a entrada no Pátio de Cabo Verde, espaço inteiramente dedicado ao país homenageado em 2025. Com direção artística de Ricardo Barbosa Vicente e apoio de técnicos da Câmara de Loulé e da embaixada cabo-verdiana, o espaço foi decorado com inspiração nos pátios tradicionais do arquipélago. A entrada conta com uma instalação artística de Gustavo e Carla, inspirada no padrão do Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design de Cabo Verde.
O chão coberto de areia e os sons, aromas e texturas transportam os visitantes para um ambiente autêntico, recriando Cabo Verde no coração de Loulé. No pátio, haverá música ao vivo, gastronomia, literatura, artesanato e demonstrações de olaria. A responsável da embaixada para o projeto, Zaida, também marcou presença e foi elogiada pelo seu empenho.
O presidente Vítor Aleixo agradeceu a todos os envolvidos no projeto e sublinhou a importância desta colaboração internacional que enriquece a programação cultural do município e reforça os laços com países irmãos da lusofonia.
