Instituído em 2013 pela Direção Regional de Cultura do Algarve, o prémio distingue a atividade cultural de personalidades relevantes na região e, pretende dar um contributo à medida Mulheres Criadoras de Cultura, preconizada no Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e não Discriminação.
Margarida Tengarrinha, de 86 anos, escritora, pintora, investigadora e antiga deputada eleita pela CDU, reside no Algarve desde 1987, altura em que abandonou o lugar de parlamentar na Assembleia da República.
A escritora que viveu cerca de 20 anos na clandestinidade manifestou-se "sensibilizada e ao mesmo tempo surpreendida com o prémio" devido à sua ligação ao Partido Comunista.
"Esta distinção demonstra que não vivemos em vão. Deram-me mais força para continuar", disse Margarida Tengarrinha após receber o prémio no Teatro Municipal de Portimão.
"Estou imensamente satisfeita, até porque, Maria Veleda é uma das mulheres algarvias que mais admiro", sublinhou aquela a quem Álvaro Cunhal chamou de "amiga, artista e camarada para sempre".
De acordo com a diretora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, a atribuição do prémio a Margarida Tengarrinha foi uma decisão unanime do júri e "foi uma excelente e oportuna decisão do reconhecimento de uma pessoa com um papel importante" na sociedade portuguesa.
"Como mulher, foi audaz ao assumir funções políticas numa altura em que não era comum, tendo sido uma voz ativa também na igualdade de género e de oportunidades", sublinhou Alexandra Gonçalves.
Apesar dos seus 86 anos, Margarida Tengarrinha mantém a sua intervenção em várias áreas da sociedade, participando em colóquios, palestras e leciona aulas de História da Arte, na Universidade Sénior, em Portimão, distrito de Faro.
JPC // EL
Lusa/Fim