A concessão de uma nova área à empresa gestora da Marina de Lagos vai permitir melhorar a capacidade de resposta da infraestrutura e as condições dos pescadores locais, disse ontem à Lusa o presidente da Docapesca.

Ao abrigo de um contrato hoje assinado em Lagos, a Docapesca concessiona a nova área da marina por um período de 50 anos à Marlagos – Iniciativas Turística, que vai realizar investimentos de 12,2 milhões de euros para melhorar a capacidade da infraestrutura e as condições dos pescadores.

Em declarações à Lusa, Sérgio Faias adiantou que o investimento “vai permitir a criação de uma área de estacionamento a seco para 108 embarcações, estacionamento de viaturas dos clientes da marina até 75 viaturas e, depois, uma zona de comércio e serviços para os nautas na zona de terrapleno, em que será construído um edifício com esses serviços para a náutica”.

O presidente da Docapesca esclareceu que o contrato ontem assinado “incide sobre uma parte da pesca” e foi, por isso, garantido “um conjunto de contrapartidas para o setor da pesca profissional” avaliadas em 2,3 milhões de euros e que vão permitir a construção de 30 novos armazéns de aprestos.

Os armazéns que hoje em dia são utilizados pelos pescadores, e que “têm poucas condições, mesmo de salubridade”, vão ser demolidos para dar lugar aos novos espaços de arrumação, especificou aquele responsável.

As contrapartidas preveem também a “construção e instalação de cais flutuantes para 50 embarcações da pesca profissional” e de outros, para as pequenas embarcações locais dos residentes naquele concelho no distrito de Faro.

“Na marina vão ser criados 100 lugares de estacionamento para embarcações superiores a 10 metros, portanto estamos a falar de segmentos já com algum poder de compra e para novas tipologias de embarcações”, sublinhou o presidente da Docapesca.

Sérgio Faias recordou que o investimento vai também criar melhores condições para as 40 embarcações marítimo-turísticas que fazem passeios pelas grutas e deixar a Marina de Lagos preparada com “um novo núcleo” e “um conjunto de novos serviços".

Desta forma, a Marina de Lagos vai poder responder a novos nichos de mercado e acolher “embarcações de maior dimensão e com tipologias diferentes das atuais”, frisou.

De acordo com o responsável pela empresa que gere os portos e lotas portugueses, hoje em dia há uma evolução dos monocascos para catamarãs e trimarãs e, desta forma, a infraestrutura conseguirá “dar resposta também a esse tipo de embarcações”.

Sérgio Faias adiantou que, paralelamente, um protocolo celebrado com a Câmara de Lagos vai permitir atribuir ao município uma área para compensar a perda de uma outra zona que integrará a nova concessão da Marina.

O município passa assim a “ter outra área fora dessa zona”, que, por sua vez, “a vai disponibilizar ao Clube de Vela de Lagos para a formação e para terem ali as suas instalações”, explicou.

Um outro protocolo, assinado com a associação de pescadores, permitirá formalizar uma colaboração já existente para reforçar o apoio na organização do porto e “gerir este período, principalmente agora em que vai haver obras e vai ser necessário deslocalizações de atividades e arrumações”, referiu.

Questionado sobre os prazos previstos para o investimento ser executado na Marina de Lagos, o presidente da Docapesca respondeu que o primeiro passo vai ser a construção dos armazéns para “poder começar a libertar a zona sul, onde estão atualmente”, seguido da instalação dos 50 lugares em água para a pesca profissional.

A perspetiva é que, em 2025, a estrutura “já possa ter os lugares na água” para “depois fazer a obra em terra, que levará mais algum tempo”, concluiu.

 

Por: Lusa