O Benfica ultrapassou ontem o FC Porto como recordista de troféus seniores no futebol português, ao alcançar a 87.ª conquista da sua história frente ao Sporting (1-0), na 47.ª edição da Supertaça Cândido de Oliveira, em Faro.

No Estádio Algarve, um golo solitário do grego Vangelis Pavlidis, aos 50 minutos, permitiu às ‘águias’ conquistarem o primeiro troféu da temporada 2025/26 e isolarem-se no segundo lugar do palmarés da prova, agora com 10 êxitos, contra 24 dos ‘dragões’ e nove dos ‘leões’, bicampeões nacionais e vencedores da Taça de Portugal na época passada.

Os vice-campeões nacionais impuseram-se ao rival citadino na Supertaça pela quinta vez, repetindo o desfecho de 1980 e 2019, contra as derrotas sofridas em 1987 e 2015.

Benfica e FC Porto somavam 86 troféus no final de 2024/25, que incluiu os triunfos dos ‘azuis e brancos’ na Supertaça e dos ‘encarnados’ na Taça da Liga, ambos perante os ‘verdes e brancos’, que permanecem com 57 conquistas, agora a 30 do rival lisboeta.

Além da Supertaça, o Benfica venceu a então denominada Taça dos Campeões por duas vezes e é recordista de êxitos no campeonato nacional (38), na Taça de Portugal (26) e na Taça da Liga (oito), somando ainda três triunfos no já extinto Campeonato de Portugal.

Já o FC Porto soma, internamente, 30 vitórias no campeonato, 20 na Taça de Portugal, 24 na Supertaça e apenas uma na Taça da Liga, mais quatro no Campeonato de Portugal.

No plano internacional, os ‘dragões’ impõem-se como os mais triunfadores e juntam sete troféus, entre os quais uma Taça dos Campeões, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia.

Quanto ao Sporting, cuja única conquista internacional remonta à já extinta Taça dos Vencedores das Taças, o palmarés interno congrega 21 títulos de campeão nacional, 18 Taças de Portugal, nove Supertaças, quatro Taças da Liga e quatro Campeonatos de Portugal.

 

- Troféus conquistados pelos três 'grandes':

                                Benfica      FC Porto      Sporting

Taça/Liga Campeões              2            2             0

Taça das Taças                       0            0             1

Taça UEFA/Liga Europa         0            2             0

Taça Latina (x)                        1            0             0

Taça Intercontinental              0            2             0

Supertaça Europeia               0            1             0

I Liga                                     38           30            21

Taça de Portugal                   26           20            18

Campeonato de Portugal         3            4             4

Taça da Liga                            8            1             4

Supertaça                              10           24            9

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 Total (x):                               87           86            57

(x) - A Taça Latina não é reconhecida como competição oficial pela FIFA, pelo que não entra no total de títulos.

 


 

Golo de Pavlidis garante Supertaça perante Sporting órfão de Gyökeres

 

Um golo do internacional grego Vangelis Pavlidis garantiu ontem ao Benfica a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, por 1-0, frente ao Sporting, que ficou em branco e saiu derrotado na primeira partida sem o avançado sueco Viktor Gyökeres.

No Estádio Algarve, Pavlidis resolveu a partida aos 50 minutos, num remate de pé direito, com a Supertaça a ficar no lado dos ‘encarnados’, que começaram a pré-época duas semanas depois do Sporting, devido à participação no Mundial de clubes.

Os ‘encarnados’ desempataram a seu favor o duelo com os ‘leões’ na prova, passando a somar 10 cetros, mais um do que os ‘leões’, e ficam com uma vantagem de 3-2 em confrontos diretos na decisão da prova.

No primeiro jogo 'a doer' sem Viktor Gyökeres, Rui Borges sofreu a primeira derrota em competições internas ao serviço do Sporting, uma vez que só tinha sido batido pelo mesmo Benfica nos penáltis da Taça da Liga, e não marcou nenhum golo.

O Sporting, bicampeão nacional e detentor da Taça de Portugal, apresentou-se no Estádio Algarve com uma alteração no sistema alinhava nas últimas épocas, com Rui Borges a abandonar o esquema de três centrais e a escolher uma defesa a quatro, com Fresneda, Diomande, Gonçalo Inácio e Maxi Araújo à frente do guarda-redes Rui Silva.

No meio-campo jogaram Hjulmand e Morita, com Geny Catamo a surgir na direita, Pedro Gonçalves na esquerda e Trincão mais pelo meio, no apoio ao avançado Conrad Harder.

Já o técnico do Benfica, Bruno Lage, reforçou o meio-campo, com Barrenechea ao lado de Ríos e Leandro Barreiro mais à frente. Atrás estavam o guarda-redes Turbin e o quarteto defensivo composto por Dedic, António Silva, Otamendi e Dahl. No ataque, Aursnes surgiu na direita, Aktürkoğlu na esquerda e Pavlidis na frente.

O primeiro lance de perigo na partida surgiu logo aos cinco minutos, com o Sporting a introduzir mesmo a bola na baliza de Trubin. Hjulmand desmarcou Harder na esquerda, que cruzou rasteiro para o meio, surgindo Pedro Gonçalves a encostar. O lance acabou anulado por intervenção do videoárbitro, que considerou fora de jogo do avançado dinamarquês.

Num jogo disputado e com muitos duelos, mas com pouca inspiração e lances de perigo, as duas equipas iam cometendo alguns erros, como o que ocorreu aos 18 minutos, com Inácio a perder para Pavlidis, que entra pela direita e cruza, mas não surgiu ninguém para o desvio.

O Benfica tentava pressionar mais alto no campo, logo na saída de bola dos ‘leões’, enquanto o Sporting jogava mais na expectativa e procurava depois sair rápido para o ataque, como ocorreu aos 34 minutos, com Geny Catamo a surgir na direita e a rematar em arco, ao lado da baliza de Trubin.

Na segunda parte, a primeira ameaça foi de novo do Sporting, com Harder a surgir solto na área, depois de boa combinação ofensiva, mas a rematar de pé direito, o seu mais fraco, por cima.

Na resposta, aos 50 minutos, o Benfica inaugurou o marcador. Pavlidis aproveitou uma bola solta no interior da área leonina para rematar forte, de pé direito, com a bola a desviar ainda em Hjulmand, num lance em que o guarda-redes Rui Silva podia ter feito melhor.

Moralizado pelo golo, Pavlidis esteve perto do segundo pouco tempo depois, mas Rui Silva redimiu-se da abordagem menos feliz no lance do golo e efetuou uma defesa apertada, impedindo-o de aumentar da vantagem ‘encarnada’.

Rui Borges mexeu na equipa e lançou Luis Suárez, Debast, Kochorashvili e Quenda, com o Sporting a instalar-se no meio-campo adversário à procura do empate, que podia ter surgido aos 76, mas Pedro Gonçalves, em boa posição, cabeceou fraco.

O jogo arrastou-se nos minutos finais, com o Sporting e tentar chegar à frente e o Benfica a procurar defender a vantagem, mas sem lances dignos de registo, com a partida muitas vezes parada, devido às muitas quezílias entre jogadores e vários cartões mostrados, até que surgiu o apito final.

 


 

Supertaça: Sporting - Benfica (declarações)

 

Declarações na 'flash interview' da SportTV+ após o jogo Sporting-Benfica (0-1), da Supertaça Cândido de Oliveira de futebol, disputado ontem no Estádio Algarve, em Faro:

 

- Rui Borges (treinador do Sporting): “Fiquei muito convencido por aquilo que a minha equipa foi capaz de fazer ao longo de 90 minutos. O Benfica teve a sorte durante o jogo todo. Fomos claramente superiores em todos os momentos e a todos os níveis. Não entrámos, se calhar, tão bem nos primeiros 10 minutos da segunda parte e o Benfica foi feliz.

[Lance do golo de Vangelis Pavlidis] Houve uma perda de bola nossa, com um passe falhado em zonas interiores, e o Benfica foi forte em transição ofensiva. Fomos atrás do resultado, sempre por cima do jogo, a mandar no jogo e a ter bola com calma e qualidade. Estou feliz por aquilo que a equipa foi capaz de fazer.

Foi um jogo bem disputado, com duas grandes equipas. O Benfica teve a sorte de ser mais feliz num lance de finalização e há que seguir em frente.

[Ausência de Viktor Gyökeres] O Sporting entrava sempre nos jogos [na época passada] com o resultado em 0-0. Criámos oportunidades neste jogo e demos muita qualidade ao jogo ofensivo. O Conrad Harder esteve muito bem e o Luis Suárez entrou da mesma forma. Tivemos várias situações de finalização, mas não fomos felizes. Só isso.

Acreditamos muito que o Sporting pode ser tricampeão nacional e é por isso que vamos lutar. Se mantivermos este nível de concentração, de alegria a jogar e de qualidade, com toda a certeza iremos ter um final feliz”.

 

- Gonçalo Inácio (jogador do Sporting): “Queríamos a vitória, obviamente. Lutámos até ao fim, mas eles foram mais felizes do que nós.

Foi muito pela falta de eficácia. Trabalhámos muito durante o jogo, mas não criámos muitas ocasiões e acho que é por aí.

[Ausência de Viktor Gyökeres] Chegou há poucos dias um novo avançado [Luis Suaréz]. Agora, temos de trabalhar com toda a equipa para trabalhar todos os aspetos de jogo. Magoado pela saída de Gyökeres? Não. Já esclarecemos tudo”.

 

Lusa