A associação «Anónimos Team», de Cantanhede, promove uma Travessia Solidária da Estrada Nacional 2, em bicicleta, entre Chaves e Faro, para angariar donativos para o desporto adaptado do Centro de Reabilitação Rovisco Pais, sediado no mesmo concelho.

"Nós queremos sensibilizar todo o país, todos os municípios por onde vamos passar e todos os clubes de ciclismo já estão à nossa espera ao longo desta travessia", disse Amândio Santos, da organização, na apresentação da iniciativa, que decorreu no Pavilhão 3 do Estádio Universitário de Coimbra.

São 738 quilómetros a pedalar desde 04 a 08 de junho, com cinco etapas, atravessando 11 distritos, naquela que é a estrada mais longa da Europa, com o objetivo de sensibilizar a população nacional a contribuir para a aquisição de equipamentos de desporto adaptado.

Apenas quatro elementos da associação Anónimos vão efetuar a totalidade do percurso, no qual vão entrar e sair ciclistas ao longo de todo o percurso, consoante as zonas geográficas de cada clube de ciclismo aderente.

Todos os cidadãos podem contribuir para a causa, através da conta bancária dos Amigos do Rovisco Pais, cujo IBAN está indicado na página do facebook da Associação "Anónimos Team".

Para promover a iniciativa, foi promovido um filme que será difundido através das redes sociais e entre os ciclistas e respetivas associações.

"A quanto mais pessoas chegar informação da iniciativa, maior probabilidade temos de alcançar os nossos objetivos, uma vez que os equipamentos de desporto adaptado são extremamente dispendiosos, com cadeiras de competição para o andebol a custarem entre três a cinco mil euros", referiu Amândio Santos.

Segundo o docente da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, "muitas vezes os atletas ficam limitados de realizar os seus sonhos por um objeto, por uma limitação financeira, quando muitos destes atletas se agarraram à vida através do desporto".

O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais, sediado na Tocha, Cantanhede, mantém em atividade cerca de 130 atletas no desporto adaptado, 12 deles federados, de acordo com Abel Cavaco, do conselho de administração.

"Basicamente temos necessidade de handcycles (bicicleta adaptada), cadeiras de remo indoor e mesas para ténis", disse o responsável, que considerou a iniciativa "muito importante por, em primeiro, focar a pessoa com deficiência, dando-lhe o mérito pelas capacidades e não pelas dificuldades, e a segunda pela divulgação para a prática do desporto adaptado".

A atleta Jéssica Augusto é a madrinha da iniciativa, que conta também com o apoio da Universidade de Coimbra, Federação Portuguesa de Ciclismo e Federação de Andebol de Portugal.

 

Por: Lusa