A Câmara de Loulé descerrou ontem na Escola EB1 nº2 de Almancil, vulgarmente conhecida como «Escola Amarela», a placa em que lhe atribui o nome do cónego Clementino de Brito Pinto, antigo diretor de Folha do Domingo.

 

Recorde-se que a autarquia tinha deliberado por unanimidade aquela atribuição em fevereiro de 2014.

Com esta iniciativa a edilidade diz que pretende “identificar a comunidade escolar com uma prestigiada personalidade” daquela freguesia. Na cerimónia, o presidente da autarquia, Vítor Aleixo, sublinhou o facto de tratar-se de uma escola com “excelentes condições de ensino” que passa agora a ter como patrono “um homem que foi uma referência cultural no Algarve”.

Clementino de Brito Pinto nasceu a 7 de novembro de 1924, no sítio da Igreja, em Almancil. “Cedo se revelou um aluno aplicado na Escola Primária. Mais tarde ingressou no Seminário de São José, em Faro, revelando-se nos estudos preparatórios o melhor aluno daquela instituição eclesiástica. Após terminar os estudos no Seminário, estudou para padre em Évora e, porque continuou a evidenciar-se como brilhante aluno, a Diocese do Algarve apostou nele e na sua inteligência, enviando-o para a Universidade de Salamanca, em Espanha, onde se doutorou em Teologia, com distinção”, refere a autarquia.

A Câmara Municipal lembra ainda que o cónego Clementino de Brito Pinto, “de regresso a Portugal dedicou-se ao ensino no Seminário de São José em Faro, em vários estabelecimentos de ensino particular e ainda no Liceu Nacional de Faro”. “Destacou-se igualmente como um dos melhores e mais competentes jornalistas do Algarve. Escreveu durante décadas no jornal Folha do Domingo, onde desempenhou o cargo de chefe de redação e mais tarde de diretor. Foi considerado um dos homens mais cultos do Algarve pela sua polivalência cultural”, sustenta a autarquia, lembrando que alguns anos antes de falecer foi ainda nomeado e tomou posse como membro do Cabido da Catedral.

Em Almancil já existe uma rua com o nome do antigo diretor de Folha do Domingo.

O cónego Clementino de Brito Pinto colaborou com o Folha do Domingo durante mais de 46 anos, sendo que em 1950 foi nomeado chefe de redação, cargo que desempenhou até 1988, embora já antes escrevesse no jornal.

Em março de 1988 foi nomeado diretor-adjunto e, em 1990, diretor, função que desempenhou até 1996.

 

 

Por: Folha do Domingo