A 20 de fevereiro, sábado, pelas 15h00, no Arquivo Municipal de Loulé, Patrícia de Jesus Palma vai apresentar mais uma sessão do ciclo de Conferências «O Documento que se Segue», com o tema «O Gabinete de Leitura de Loulé: sociabilidade intelectual e «leitura pública» .

Em 1836, um grupo de cidadãos residentes na vila de Loulé reuniu-se para formar uma sociedade, devidamente formalizada por Estatutos, tendo por principal objetivo a leitura. Tratou-se da Sociedade do Gabinete de Leitura de Loulé. Esta iniciativa enquadrou-se nas primeiras manifestações do associativismo português legalmente constituído, mas a sua existência e configuração local concitam questões que muito interessam à história da cultura portuguesa: o que significou este Gabinete de Leitura no quadro das instituições e das práticas de leitura coetâneas? Que relações se podem estabelecer entre a leitura, enquanto prática cultural, e a nova ordem política? Que cultura, isto é, que textos foram disponibilizados? Como? Para que fins?

A oradora irá responder a estas e a outras questões no próximo “Documento que se segue”, dedicado à divulgação do fundo documental desta emblemática instituição cultural oitocentista.

Patrícia de Jesus Palma é doutoranda no curso de Estudos Portugueses, especialidade de História do Livro e Crítica Textual, da FCSH-Universidade Nova de Lisboa. O seu projeto analisa a expansão geográfica e social da cultura literária impressa, entre meados do século XVIII e o início do século XX. Tendo como estudo de caso o Algarve (1759-1910), o estudo discute o conceito de periferia e visa contribuir para o conhecimento do meio cultural contemporâneo e para a reflexão em torno do conceito de espaço cultural que a circulação do impresso propõe.

O trabalho desenvolve-se no CHAM – Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar e é apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A Conferência tem entrada livre.

 

Por CM Loulé