Um golo de Maurício, aos 48 minutos, foi o suficiente para o Portimonense vencer hoje 1-0 o Gil Vicente, em jogo da 29.ª jornada da I Liga de futebol, deixando os algarvios com a manutenção praticamente assegurada.

O golo, apontado no arranque da segunda metade, permitiu ao Portimonense somar o terceiro triunfo consecutivo na prova e distanciar-se definitivamente das equipas que ocupam os postos mais baixos na tabela, enquanto o Gil somou o sexto jogo seguido sem vencer, a terceira derrota consecutiva, e, apesar de ainda estar longe da zona perigosa da classificação, não pode respirar já de alívio.

Com a vitória, o Portimonense subiu ao 13.º lugar, com 33 pontos, ultrapassando precisamente o adversário de hoje, com o Gil Vicente a ser 14.º, com 31, mais nove ainda do que o Marítimo, que é 16.º e ocupa o lugar de disputa do play-off de manutenção.

Futebol: I Liga/ Portimonense – Gil Vicente (ficha)

O Portimonense venceu hoje o Gil Vicente, por 1-0, em jogo da 29.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado em Portimão.

 

Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão.

Portimonense – Gil Vicente, 1-0.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:

1-0, Maurício, 48 minutos.

 

Equipas:

- Portimonense: Nakamura, Moufi, Pedrão, Park Ji-soo, Filipe Relvas (Seck, 46), Paulo Estrela (Diaby, 66), Carlinhos, Maurício (Lucas Ventura, 82), Rui Gomes (Alemão, 88), Yony González e Yago Cariello (Ouattara, 66).

(Suplentes: Matheus Nogueira, Ouattara, Seck, Ricardo Matos, Diaby, Lucas Ventura, Klismahn, Bryan Róchez e Alemão).

Treinador: Paulo Sérgio.

- Gil Vicente: Andrew Silva, Carraça (Bilel, 80), Tomás Araújo, Rúben Fernandes, Adrián Marín, Vítor Carvalho (Depú, 80), Aburjania, Murilo, Fujimoto (Pedro Tiba, 69), Marlon Douglas (Boselli, 37) e Fran Navarro.

(Suplentes: Brian Araújo, Né Lopes, Bilel, Gabriel Pereira, Kevin Medina, Boselli, Pedro Tiba, Depú e Henrique Gomes).

Treinador: Daniel Sousa.

 

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Vítor Carvalho (03), Paulo Estrela (37), Carraça (57) e Carlinhos (90+1).

Assistência: 1.278 espetadores.

 

COMENTÁRIO: Portimonense tem manutenção quase assegurada após bater Gil Vicente perdulário

O Portimonense somou hoje a segunda vitória consecutiva na I Liga portuguesa de futebol, ao bater pela margem mínima (1-0) um perdulário Gil Vicente graças ao golo de Maurício, e tem a manutenção quase assegurada.

O médio brasileiro, que já em fevereiro tinha sido o autor do golo solitário na vitória sobre o Paços de Ferreira, voltou a ser decisivo no encontro da 29.ª ronda com o seu terceiro tento no campeonato, mas o guardião japonês Nakamura e os ‘ferros’ evitaram o tento do empate, que colocaria justiça no resultado.

O Portimonense, agora 13.º classificado, com 33 pontos, ultrapassou o Gil Vicente (31) na tabela e ficou com uma vantagem aparentemente confortável de 11 pontos sobre o Marítimo, que ocupa o 15.º posto (vaga de play-off de manutenção), com cinco jornadas (15 pontos) por disputar.

Os algarvios até começaram o jogo a celebrar, logo aos três minutos, mas o golo de Yony González, a concluir um lance confuso na área, na sequência de livre, seria anulado por fora de jogo de Park Ji-soo por ter disputado a bola, depois de Artur Soares Dias, alertado pelo videoárbitro, ter observado as imagens.

A equipa de Paulo Sérgio esteve ‘por cima’ nos minutos iniciais, evidenciando mais dinâmica ofensiva, com mais bola e mais chegadas com perigo à área rival, mas as tentativas de Maurício (12 minutos) e Rui Gomes (20) saíram ao lado.

Uma ‘cabeçada’ de Rúben Fernandes por cima, após canto (22), marcou o momento em que o Gil Vicente saiu do estado de letargia que o parecia afetar, dispondo, logo de seguida, de dois lances de relativo perigo, com Fujimoto (24) e Aburjania (25) a rematarem para fora.

Com o jogo já equilibrado, até ao intervalo registaram-se duas grandes ocasiões, uma para cada lado: aos 32, o colombiano Yony González acelerou pela esquerda e, junto à linha de fundo, passou atrasado para Rui Gomes atirar forte, ao lado, e aos 36, foi a vez de Murilo tentar a sua sorte, rasando o poste direito da baliza de Nakamura.

A segunda metade abriu com Maurício em grande plano atrás e à frente: aos 46, de ‘carrinho’, cortou a bola na ‘hora h’ quando Boselli se preparava para rematar após jogada individual e, dois minutos depois, respondeu da melhor maneira ao cruzamento rasteiro de Moufi, com um remate colocado para abrir o ativo.

O conjunto minhoto reagiu de pronto, mas o guardião Nakamura salvou a sua equipa duas vezes no frente a frente com o extremo Murilo (51 e 52).

Já aos 67, Murilo atirou à barra de fora da área, Nakamura evitou a recarga de Fran Navarro com uma defesa notável e a segunda tentativa do avançado espanhol acertou no poste.

Até final, o Portimonense baixou as linhas e segurou a vantagem, no sexto jogo seguido sem vencer e quinto consecutivo sem marcar para os gilistas.

Andrew Silva ainda evitou os contra-ataques de Rui Gomes (87) e Yony González (90+3), enquanto Nakamura também somou nova defesa importante a remate perigoso de Fran Navarro (89).

 

Futebol: I Liga / Portimonense – Gil Vicente (declarações)

Declarações dos treinadores após o jogo Portimonense-Gil Vicente (1-0), da 29.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:

 

- Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “São três pontos muito importantes e muito valorizados pela qualidade do oponente. Sabia que íamos ter pela frente um osso muito duro de roer, a equipa do Gil [Vicente] tem muita qualidade.

Entrámos muito bem, muito determinados, a pressionar muito alto. Na primeira parte, conseguimos roubar cinco ou seis bolas em zona muito alta, em que, definindo um pouco melhor, podíamos ter feito o resultado. Portanto, um primeiro tempo muito bem conseguido.

E depois, no segundo tempo, voltámos a entrar forte. Era difícil manter essa toada, porque, com o calor que se fez sentir hoje, para quem correu como nós corremos no primeiro tempo, pagámo-lo um pouco no segundo tempo, e também com as condições psicológicas que a vantagem criou.

Ao fazermos o golo, começámos a não correr os [mesmos] riscos na pressão. Tínhamos de manter a pressão bastante elevada, porque se dermos a bola ao Gil Vicente, tem muita qualidade nos seus intérpretes e podia causar dano.

Não conseguimos manter essa pressão e o Gil apareceu no jogo, a criar ali numa situação muito ‘frisson’, onde, além da ‘estrelinha’, contámos com o nosso ‘keeper’ [Nakamura] e conseguimos guardar a vantagem com muito esforço, com muita dedicação e com muita entrega. E, portanto, ‘chapeau’ para o grupo de trabalho, para os que jogaram e para os que não jogaram, numa vitória muito importante.

[Manutenção praticamente assegurada?] Aquilo que é o nosso compromisso é, em cada jogo, tentarmos brigar pelo resultado. Criar um plano, conhecer as qualidade do adversário, olhar para nós e ver as peças disponíveis e irmos à luta com galhardia e com dignidade.

Tivemos alguns resultados a perder por um golo, que criaram à volta da equipa alguma desconfiança. Tal como não o fiz nessa altura, não o faço agora. Depois da folga, a partir de terça-feira é olhar para Braga, que está metido na luta do título e vai ser outro desafio extremamente interessante para nós. Fizemos 33 pontos, vamos procurar fazer mais alguns até final, obviamente o máximo que conseguirmos.”

 

- Daniel Sousa (treinador do Gil Vicente): “Na primeira parte, não entrámos bem. Não nos estávamos a ajustar às condições, quer do terreno quer atmosféricas.

Não entrámos tão bem, com algumas perdas de bola perigosas. Além do perigo que pode surgir, é sobretudo a confiança em assentar o jogo e demorámos tempo a consolidar e assentar o nosso jogo.

Na segunda parte, foi o nosso domínio, não concedendo tantas situações de golo – foi a do golo e outra aos 86 minutos, quando já estávamos a arriscar tudo.

De resto, foi um domínio total, como tenho sentido nos últimos jogos. Sinto que há um domínio nosso, mas tem-nos faltado uma ponta de sorte. Merecíamos ter saído daqui com mais qualquer coisa, como no jogo anterior também merecíamos, mas tem sido este um resumo dos últimos jogos.

Sinceramente, se me perguntassem se são cinco ou seis [jogos sem ganhar], não sei, não estou a fazer as contas de cabeça. Temos estado sempre à procura dos três pontos, tivemos jogos em que tínhamos obrigação de conseguir os três pontos e noutros sabemos que a obrigação e responsabilidade é maior no adversário, sobretudo quando os objetivos são completamente diferentes, no caso do Sporting ou do [Sporting de] Braga.

Para todos os efeitos, é uma sequência que não é positiva, obviamente, e continuamos na luta pelo nosso objetivo principal.”