Quatro escolas secundárias portuguesas - em Albufeira, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Setúbal - receberam, durante a pandemia e em modo virtual, poetas de língua espanhola, num projeto de intercâmbio organizado pela Direção Geral de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa, da Organização de Estados Ibero-americanos.

Os resultados dos trabalhos com os alunos são tornados públicos numa produção audiovisual, no Festival Atelier Poético dia 19 de setembro, online, pelas 16 horas neste link.

Esta peça audiovisual reúne e celebra o trabalho realizado durante a primeira edição do atelier com poetas de língua espanhola e portuguesa, que realizaram residências (virtuais) de cocriação com estudantes de escolas de seis países diferentes. Este intercâmbio foi também acompanhado por professores, um júri especializado, a curadora, coordenadores da OEI e membros de diferentes instituições.

O projeto foi lançado a 5 de maio de 2019, no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, e previa que poetas da língua portuguesa (de países membros da OEI e da CPLP) fossem fazer residências, na altura, presenciais, a escolas em países de língua espanhola e vice-versa. Contudo, o início da pandemia obrigou a que as residências poéticas passassem a virtuais. O júri selecionou 17 projetos que podiam ir de poesia escrita, a slam poetry, canções ou outra forma deste género literário.

Os poetas de língua portuguesa selecionados foram Liliana Alves Cerutti, de nacionalidade portuguesa e Daniel da Purificação, de nacionalidade angolana, que fizeram ambos residências poéticas virtuais em duas escolas na Colômbia, bem como Mauro Hilário, português, que esteve com os alunos de uma escola espanhola.

Gian Pierre Codarlupo Alvarado, de nacionalidade peruana fez a sua residência na escola Escola Secundária D. João II em Setúbal, Valentina Lara Suarez, de nacionalidade colombiana no Agrupamento Escolar Gabriel Pereira em Évora, Soledad Vignolo, argentina trabalhou com os alunos do Agrupamento Escolar de Albufeira Poente e Jenny Zarit Bautista Rojas, de nacionalidade colombiana, no Agrupamento Escolar de Macedo de Cavaleiros. 

Para Ana Paula Laborinho, diretora da Direção Geral de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa, da OEI, este projeto permitiu um contacto inusitado dos alunos com escritores para si desconhecidos e um momento de encontro e celebração coletiva em torno dos temas que têm sido o foco das residências: a palavra, a diversidade cultural e linguística, a intercompreensão e a comunicação, as línguas face aos desafios da sociedade contemporânea, revelando a riqueza gerada nestas interações

O júri, presidido pelo Secretário-Geral da OEI Mariano Jabonero Blanco, foi composto por Maria Teresa do Carmo Soares Calçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura 2027 de Portugal, José Castilho Marques Neto, Consultor em livros, leitura e bibliotecas do Brasil, Constanza Mekis, Presidente da Fundación Palabra do Chile e Pep Olona, editor e livreiro independente, especializado em poesia de Espanha.

 

Sobre a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI)

Sob o lema "Fazemos a cooperação acontecer", a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI) é, desde 1949, o primeiro órgão intergovernamental de cooperação Sul-Sul do espaço ibero-americano. Atualmente, 23 Estados-Membros fazem parte da organização e conta com 19 escritórios nacionais, além da Sua Secretaria-Geral em Madrid.

Com mais de 400 convénios ativos com entidades públicas, universidades, organizações da sociedade civil, empresas e outras organizações internacionais, a OEI representa uma das maiores redes de cooperação da Ibro-América. Entre os seus resultados, a organização tem contribuído para a redução drástica do analfabetismo na Ibero-América, a alfabetização e a educação a 4,7 milhões de alunos, bem como a formação para mais de 200.000 professores ibero-americanos.