A agente imobiliária Paula Sofia Santos foi nomeada cabeça de lista da CDU à Câmara de Castro Marim, no distrito de Faro, nas próximas eleições autárquicas, anunciou o PCP, que forma a coligação com o PEV.

Ana Sofia Santos, de 47 anos, nasceu em Moçambique, mas “reside há vários anos” no concelho de Castro Marim, sendo acompanhada na corrida autárquica por João Dias, engenheiro técnico agrário, escolhido como número um da lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) para a Assembleia Municipal, refere o PCP em comunicado.

O PCP destacou que, antes de ter entrado no ramo imobiliário, Paula Sofia Santos “trabalhou ainda nos ramos da hotelaria e do comércio”, sendo também “membro do Movimento Democrático de Mulheres e do Concelho Português para a Paz e a cooperação”, assim como “da Direção da Organização Regional do Algarve do Partido”.

Depois de ter apresentado a candidatura de Nuno Osório nas eleições autárquicas intercalares de 2019 -que devolveram ao PSD a maioria absoluta que perdera em 2017 -, a CDU aposta agora em Paula Sofia Santos para tentar aumentar a sua votação no concelho e entrar no executivo autárquico, que conta com cinco eleitos (três do PSD e dois do PS).

“Com a apresentação destes primeiros nomes, a que se seguirão nas próximas semanas os restantes membros das listas - incluindo às Assembleias de Freguesia de Odeleite, Azinhal, Castro Marim e Altura - a CDU dá um importante passo rumo ao objetivo de aumentar o número de votos e para assegurar mandatos nos vários órgãos autárquicos”, definiu como meta o PCP.

Paula Sofia Santos tem já como adversários conhecidos o atual presidente da Câmara, o social-democrata Francisco Amaral, que aspira a ser eleito para um terceiro mandato, e Rosa Nunes, nomeada como candidata do PS à Câmara do município algarvio.

Em avaliação pelos eleitores estarão os últimos dois anos de mandato de maioria absoluta do PSD, depois de, em fevereiro de 2019, a lista social-democrata saída das autárquicas de 2017 ter apresentado a demissão para forçar a convocação de eleições intercalares para a Câmara Municipal.

Com a demissão em bloco e a consequente convocação de eleições intercalares, o PSD aspirava poder voltar a conquistar a maioria absoluta que perdera dois anos antes com a entrada no município do movimento independente Castro Marim Primeiro, o que veio a suceder.

O movimento autárquico surgiu para as eleições de 2017 depois de o seu líder, José Estevens, antigo presidente daquela autarquia, mas que tinha chegado ao limite de mandatos pelo PSD, ter deixado as filas social-democratas e avançado com uma candidatura independente em Castro Marim.

Francisco Amaral manteve a presidência da Câmara para o PSD em 2017, mas acusou a oposição de “bloqueio” e de estar a impedir projetos importantes para o município.

Assim, avançou para a demissão em bloco da sua lista para forçar as eleições intercalares em 2019, nas quais recuperou a maioria absoluta para o PSD, já sem a candidatura do movimento liderado por José Estevens, que na altura alegou dificuldades financeiras.

A data das eleições autárquicas ainda não foi marcada, mas por lei, têm de realizar-se em setembro ou outubro.