As vendas da Ikea em Portugal subiram 5% para 462 milhões de euros, no ano fiscal terminado em agosto, impulsionada pelo «online», disse à Lusa o administrador financeiro e vice-presidente executivo da Ikea Portugal.

No ano fiscal que começou em setembro de 2020 e terminou em 31 de agosto deste ano, e apesar das restrições impostas devido à pandemia de covid-19, "tivemos resultados bastante positivos, conseguimos fechar com 462 milhões de euros de vendas", afirmou Ricardo Pereira.

"Isto é 5% acima do ano anterior, apesar de termos tido mais restrições, mais complexidade, mais dificuldade, conseguimos vender acima do ano anterior, estamos bastante positivos com o resultado", salientou Ricardo Pereira.

No ano fiscal que terminou a Ikea Portugal foi afetada pelos "dois 'lockdowns'" (confinamentos), em que as medidas "foram mais restritivas", já que as lojas "tiveram 13 semanas" fechadas, enquanto no período anterior (2019/2020) tinham estado encerradas cerca de 11 semanas, apontou.

"Além disso, quando as lojas tiveram abertas tivemos imensas restrições", com a limitação das pessoas circularem para outros municípios e o horário de fecho aos fins de semana às 13:00.

"Isso afetou-nos imenso e mesmo quando tivemos as lojas fechadas nem sequer podíamos fazer 'click & collect' durante a maior parte do tempo", mas "ainda assim tivemos resultados bastante positivos", referiu o responsável.

As vendas 'online' foram um dos principais fatores do resultado positivo, representando quase um quarto (23%) das vendas no ano passado, acrescentou.

"Em três meses de 12, portanto, um quarto do ano estivemos fechados, sem loja, foi o canal 'online' que nos suportou aqui bastante nas vendas e é exatamente um dos canais onde nós temos investido bastante", salientou, referindo que toda a experiência de comprar através da Internet "está muito melhor" e que a aplicação "tem estado com constantes 'upgrades' [atualizações]".

O 'site' ikea.pt e a Ikea App registaram 62,7 milhões de visitas, mais 36% face ao ano fiscal anterior.

Depois da reabertura das lojas, "as novas vendas 'online' mantêm-se em níveis superiores ao que era anteriormente", sendo que no ano fiscal de 2019 era 4% e, no ano seguinte, com a pandemia 15%.

Desde a reabertura das lojas, as vendas 'online' rondam entre os 16% e 18%.

A Ikea Portugal tem atualmente cinco lojas - Alfragide, Braga, Loures, Loulé e Matosinhos - e ainda três pontos de estúdios de planificação (Cascais, Seixal e Sintra).

"Um dos grandes investimentos que estamos a fazer para o ano fiscal que começou agora em setembro é abrir mais três estúdios de planificação", disse, sem adiantar valores. Está prevista a abertura em Setúbal, em 11 de novembro, em Coimbra antes do Natal, e em Leiria, na primavera do próximo ano.

Relativamente a novas lojas, Ricardo Pereira afirmou: "Nós temos planos para ter mais lojas no futuro, nós vimos potencial ainda em Lisboa e Porto, mas não temos projetos para já em concreto e temos mais planos para estender estes estúdios de planificação".

O foco, "neste momento, é tentar ver e captar onde é que nós temos potencial", referiu o responsável.

Atualmente, a Ikea Portugal emprega cerca de 2.700 pessoas.

"Neste momento, se o nosso plano de crescimento se mantiver, obviamente que temos sempre que manter o reforço das equipas adequado ao crescimento das vendas", salientou.

"Vemos com grande otimismo e confiança este ano fiscal de 2022, portanto devemos continuar a crescer, o objetivo é sempre reforçar as equipas", apesar de admitir que a evolução da pandemia é uma incógnita.

Referiu que a Ikea Portugal investiu 2,3 milhões de euros para reduzir preços de 100 produtos e ampliaram a oferta de serviços com mais parcerias externas e diminuições de preços, num investimento de cerca de um milhão de euros.

Em termos de sustentabilidade, "nas nossas lojas estamos a deixar de ser completamente independentes das energias fósseis", sublinhou.

"Na realidade, em Portugal, já somos energicamente positivos no sentido em produzimos mais energia verde do que aquela que conseguimos", sendo que a produção da energia eólica serve para abastecer 30 lojas da cadeia (em Portugal só têm cinco).

Além disso, no topo das lojas têm painéis solares que garantem a produção de mais de 25% da produção elétrica de forma renovável.

 

Por: Lusa