19 cidadãos e instituições foram Agraciados

Loulé distinguiu os seus cidadãos e instituições que se destacaram pelo seu percurso profissional e de vida, contribuindo com a sua ação para o desenvolvimento da comunidade louletana. A cerimónia dos Agraciados aconteceu este sábado, com a atribuição de 19 Medalhas - 2 de Honra, 10 de Ouro e de 7 Prata.

Com quase meio século de existência, a Universidade do Algarve continua, lado a lado com os municípios, a desenhar o futuro da região. Mais do que uma mera parceria institucional, mantém com o a Autarquia de Loulé uma aliança estratégica que cruza conhecimento com ação, em áreas como a sustentabilidade ambiental, a cultura, a saúde, entre outras, através de projetos que têm sido decisivos para o desenvolvimento deste território. Decidiu, por isso, a Câmara Municipal de Loulé atribuir-lhe a Medalha de Honra, na pessoa do seu reitor, Paulo Águas.

Também Carlos Albino foi agraciado com a Medalha de Honra. O louletano esteve diretamente envolvido no desenrolar dos acontecimentos do dia 25 de abril de 1974. A senha da Revolução, “Grândola Vila Morena”, foi sua ideia e iniciativa, o que lhe valeu, recentemente a condecoração, pelo Presidente da República, com as insígnias da Ordem da Liberdade. Foi também como jornalista que se destacou, por exemplo como correspondente diplomático do “Diário de Notícias”. Na sua terra natal tem dinamizado diversas iniciativas socioculturais de grande relevância, como a criação do Grande Prémio de Crónicas e Dispersos Literários, ou a criação da Associação Clave de Sul, que está a atualmente a trabalhar para a construção do primeiro órgão sinfónico do país, a ser colocado na Igreja Matriz de Loulé.

A Associação dos Amigos da Cortelha, instituição sediada na freguesia de Salir que promove iniciativas de carácter cultural, desportivo e recreativo, divulgando as tradições da Serra do Caldeirão, foi distinguida com a Medalha de Ouro, no ano em que assinala o seu cinquentenário. Também o pároco Carlos César Chantre, com um vasto percurso na vida eclesiástica algarvia e que desempenha atualmente as funções de vigário geral da Diocese, foi agraciado com o Grau Ouro.

A Quinta do Freixo e a sua fundadora, Conceição Silva, receberam o Ouro nesta cerimónia. Licenciada em Agronomia, Conceição pôs de pé uma empresa que aposta desde a sua génese na agricultura biológica e que, ao longo de décadas, tem tido reconhecimento nacional e internacional.

Gentil Silvestre foi professor de Educação Física na Escola Secundária de Loulé e diretor técnico altamente dedicado à escola e aos alunos, demonstrando sempre a sua preocupação em levar a disciplina, a excelência da formação e colocando sempre a importância da ginástica na formação dos alunos. A Autarquia atribuiu-lhe o Ouro.

É um dos empresários mais conhecidos no mundo dos frutos secos, proprietário de fábricas de transformação de alfarroba, mas também com uma vida associativa ativa. Isaurindo Chorondo foi distinguido com o Grau Ouro. Tal como Lídia Silva, a cabo-verdiana que está à frente da Associação Esperança e Paz, instituição que presta apoio a cidadãos na velhice e invalidez, ajudando-os nas suas necessidades básicas quando falham os recursos familiares e socioeconómicos. Tem sido também uma dinamizadora de iniciativas que contribuem para a valorização e promoção da cultura de Cabo Verde.

Com um vasto percurso no setor económico e financeiro, Orlando Caliço foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, exerceu vários cargos no Ministério das Obras Públicas, Ministério das Finanças e Banco de Portugal. A este louletano o Município atribuiu a Medalha de Ouro.

Ainda neste grau, foi agraciado Pedro Oliveira, durante 24 anos presidente da Junta de Freguesia de S. Clemente, um mandato como vereador na Câmara de Loulé e com uma participação associativa de grande relevo na área do ciclismo.

O ouro foi atribuído ainda a dois empresários que têm contribuído decisivamente para a economia e atividade turística do país, da região e do concelho. Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur e do Grupo Enolagest SA, atualmente presidente da Liga Portugal. E Stefano Saviotti, o luso-italiano proprietário do Grupo Dom Pedro, com inúmeros investimentos, de hotéis a campos de golfe, em particular no território de Vilamoura.

Com o Grau Prata foi distinguido o Ao Luar Teatro Ideias Culturais, associação de teatro profissional inspirada na Serra do Caldeirão, que tem como princípios orientadores a recuperação, afirmação e valorização da tradição oral.

Gabriel Albuquerque foi o ginasta português a chegar mais longe numas Olimpíadas, sendo quinto classificado em Paris’24. Mas a sua multipremiada carreira faz dele, com apenas 19 anos, uma referência do desporto nacional. A Autarquia reconheceu-o este sábado com a Medalha de Prata. Outra atleta olímpica distinguida pela Autarquia foi a velejadora Joana Pratas, que representou Portugal em três Olimpíadas seguidas. Ao longo de mais de 12 anos foi atleta de alta competição, representando o CIMAV – Clube Internacional da Marina de Vilamoura.

De Quarteira foram agraciados, com o Grau Prata, três cidadãos que se destacaram pelo ativismo social. Ivone Martins, fundadora do movimento escutista nesta cidade, participante na promoção das Marchas, voluntária no Hospital de Faro e no Lar de Quarteira, entre outras atividades em que se tem envolvido. Luís Guedes, sindicalista, ativista político e social. E Mariana Galiana Leonardo (agraciada a título póstumo), que foi uma das fundadoras do Centro de Apoio à Criança de Quarteira.

Finalmente recebeu também a Medalha de Prata Ricardo Silva, professor de Música e contador de histórias em vários estabelecimentos de ensino, fundador do Grupo Coral Infantil de Loulé, já com vários trabalhos editados.

“Loulé foi sempre uma terra caracterizada por uma elevada autoestima e acredito que isso advém, da consciência pública de que, ao longo dos séculos, na história do país, Loulé esteve sempre lá, com os seus contributos, com personalidades que foram importantes. Todas elas ajudaram a construir uma comunidade pujante e segura de si, que é hoje exemplo para toda região e para o país”, afirmou Vítor Aleixo.

De entre os louletanos “que querem sempre acrescentar qualquer coisa, sair fora da mediania”, o edil sublinhou que além da “elite empresarial, política ou desportiva”, o Município de Loulé tem vindo a distinguir também os cidadãos comuns, pessoas do povo que contribuíram igualmente para o que Loulé é hoje.

“Estamos aqui a homenagear cidadãos e cidadãs, individualmente ou através de instituições, que, cada um à sua maneira, fizeram tudo o que esteve ao seu alcance para termos mais e melhor cidadania, mais e melhor democracia. Ao celebrar alguns dos melhores de nós, nas respetivas áreas, estamos também a celebrar a luta contra a ignorância, intolerância, individualismo e indiferença”, disse o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Silva Gomes.

Refira-se que, desde o ano de 1993, o Município de Loulé já distinguiu centenas de personalidades entidades, numa cerimónia que faz parte das celebrações da Semana do Município.