14 de abril | 19 horas | Hotel Hilton - Vilamoura

«O Acordeão no Algarve – Um Século de Histórias e Memórias», o mais recente trabalho do escritor e investigador algarvio Nuno Campos Inácio, junta num único livro documentos, biografias, imagens e histórias do instrumento musical mais emblemático da cultura algarvia. 

Apesar de ser um instrumento musical relativamente recente, desenvolvido a partir de uma invenção do austríaco Cyrill Demian, registada em 1829 e desenvolvido com as características mais próximas do tradicional acordeão já na segunda metade do Século XIX, a verdade é que no início do Século XX o acordeão conquistou um espaço próprio na música algarvia e no folclore regional, principalmente na interpretação do corridinho algarvio.

Não se sabe quando terá chegado ao Algarve o primeiro acordeão, nem quem terão sido os primeiros acordeonistas algarvios. Esse instrumento surge documentado na região algarvia a partir do início da segunda década do Século XX, sabendo-se que o regresso dos combatentes sobrevivos da I Grande Guerra Mundial na cidade de Faro ficou marcado por uma receção que contava com a presença de acordeonistas, marco histórico que viria a estar na origem das célebres Charolas da zona de Faro. Entre os primeiros intérpretes contam-se nomes como: José Ferreiro, João Bexiga, José Calote, José Granja, «O Ceguinho da Luz», José Padeiro, António de Sousa Madeira, entre outros.

O ano de 1932 fica marcado na História do Algarve pela criação da «I Orquestra Típica Algarvia» e do primeiro grupo folclórico, o «Rancho Regional Algarvio», atual «Grupo Folclórico de Faro», ambos nascidos a partir da comitiva algarvia que participou Grande Exposição Industrial desse ano.

Ao longo de perto de 500 páginas magnificamente enriquecidas por informação e documentação inédita, contendo mais de 800 imagens, mais de uma centena de biografias e referindo perto de 900 nomes de alguma forma ligados ao acordeão algarvio, a obra contou com a participação direta de grandes nomes do acordeão do Algarve, que escreveram textos de cariz histórico, integrados na obra. Gonçalo Pescada, o primeiro algarvio Doutorado em acordeão é o autor do prefácio, encontrando-se ainda insertos textos do jornalista Arménio Aleluia Martins, que tem acompanhado e apresentado vários eventos relacionados com esse instrumento musical; Francisco Sabóia, organizador das 25 Grandes Galas Internacionais do Acordeão e fundador do Museu do acordeão, único no país; Hermenegildo Guerreiro, prestigiado acordeonista e professor de acordeão, o único no Algarve que formou um Bicampeão Mundial, um Vice-Campeão Mundial e vários Campeões Ibéricos e Nacionais; João Frade, Bicampeão Mundial e o primeiro acordeonista do mundo a vencer no mesmo ano as três principais provas internacionais de acordeão; João Pereira, o Presidente da Associação de Acordeonistas «Mito Algarvio», uma associação de acordeonistas que é muito mais do que uma simples associação, sendo a entidade acreditada para a selecção de acordeonistas portugueses na representação de Portugal nas Copas do Mundo de Acordeão.

A apresentar no próximo dia 14 de Abril, pelas 19 horas, no Hotel Hilton, em Vilamoura, contando desde já com a presença confirmada de quatro Campeões Mundiais do Acordeão (Éric Bouvelle – França; Petar Maric – Sérvia; Pietro Adragna - Itália e Julien Gonzalez - França), esta obra surgiu de um desafio lançado à Arandis Editora por Francisco Sabóia, que pretendia comemorar os 25 anos de Galas Internacionais do Acordeão com uma obra que dignificasse o acordeão e os acordeonistas algarvios. Respondendo a esse desafio, Nuno Campos Inácio encarregou-se de organizar o livro com o material que compõe o espólio do Museu do Acordeão e o arquivo do Jornal «A Avezinha». A estas fontes iniciais foi juntando outras, contactando diretamente com vários acordeonistas e juntando apoios e contributos de outras pessoas, como é o caso dos já referidos Francisco Sabóia, Arménio Aleluia, Hermenegildo Guerreiro, João Frade, João Pereira e Gonçalo Pescada, a que se pode juntar Paulo Domingues e Nelson Conceição.

De recordar que esta é a primeira obra do género realizada em Portugal. 

 

Por NCI