Os trabalhadores dos impostos do distrito de Faro manifestaram-se na tarde do passado dia 24 de março, contra a desvalorização profissional e o colapso da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

A concentração contou com a presença empenhada de funcionários de vários serviços do distrito e realizou-se na  Praça Dom Francisco Gomes, junto à Caixa Geral de Depósitos. O protesto complementou a greve parcial em curso promovida desde o  início do mès pelo STI, com o objetivo de tornar evidente o descontentamento dos trabalhadores da AT face à degradação das condições de trabalho (saída de 40% dos trabalhadores para a reforma nos próximos anos sem entrada de novos trabalhadores, degradação das instalações, falta de trabalhadores para promover o eficiente combate à fraude e evasão fiscal, não regulamentação do diploma de carreiras, e excesso de trabalho, entre outras questões. 


De acordo com o balanço social de 2021 (o último a ser produzido) que refere como 10.782 o número de trabalhadores na AT, destes, 3776 têm mais de 60 anos, ou seja, hoje representam, pelo menos, mais de 35% do seu efectivo.


O STI enfatiza que sem condições de trabalho, os profissionais da AT não conseguem cumprir a sua missão fundamental de dotar o Estado português da receita necessária para fazer face às necessidades do Ensino Público, do SNS, da Justiça e Segurança Pública, tal como não conseguem combater eficientemente a criminalidade fiscal, a segurança da fronteira externa da União Europeia, o combate ao narcotráfico e o prestar um bom serviço no atendimento ao contribuinte. Assim,  já avançou com novo pré-aviso de greve, para  Abril, para dar cobertura à continuidade das ações de protesto por todo o país, podendo vir a ser sentidos constrangimentos nas repartições de Finanças, nos serviços de atendimento, de inspeção ou de controlo da fronteira.


A estrutura sindical frisa não querer criar incómodo e pressão, não nos cidadãos, mas na Direção-geral da AT e no Governo, querendo ver, da parte destes, de uma vez por todas, soluções, preto no branco, com vista à dignificação das carreiras dos mais de 10 mil efetivos do sector, que lhes permitam a perspetiva de futuro para que voltem a ter orgulho nas funções que desempenham e na organização em que trabalham.