A perda auditiva em idades precoces pode comprometer gravemente o desenvolvimento da linguagem oral, interferindo na escolarização, nas relações sociais e no bem-estar emocional das crianças.

Nesse contexto, os terapeutas da fala assumem um papel central, atuando na deteção precoce e na habilitação auditiva e linguística das crianças e no apoio às famílias.

Estes profissionais de saúde especializados intervêm na prevenção, avaliação e tratamento de dificuldades ligadas à comunicação, fala, linguagem, voz e deglutição. No que toca à audição, a sua missão é ajudar a superar os entraves que a hipoacusia impõe à aquisição da linguagem e à expressão verbal.

Em muitos casos, são os terapeutas da fala que identificam sinais de perda auditiva em crianças com atrasos ou alterações na fala. A hipoacusia não tratada pode atrasar significativamente o desenvolvimento do discurso, o que traz consequências ao nível escolar, cognitivo e social. A deteção precoce é, por isso, fundamental.

A intervenção precoce é determinante para que a criança desenvolva plenamente as suas capacidades de comunicação. Quanto mais cedo se atuar, maiores serão as hipóteses de sucesso na aprendizagem e na integração social”, Celso Martins, Audiologista e Responsável técnico da Minisom.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 34 milhões de crianças em todo o mundo vivem com algum grau de perda auditiva[1]. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), estima-se que entre 1 a 3 em cada 1.000 recém-nascidos sem fatores de risco apresentem perda auditiva congénita, número que pode chegar a 10 em cada 1 000 quando existem fatores de risco identificados[2].

Quando a perda auditiva é diagnosticada e a criança começa a usar aparelhos auditivos ou implantes cocleares, o terapeuta da fala torna-se ainda mais indispensável. Apesar da tecnologia permitir corrigir a deficiência auditiva, é necessário ensinar a criança a interpretar os sons e a compreender o discurso, num processo de reeducação auditiva. Isso implica aprender (ou reaprender) a ouvir e a falar, com apoio contínuo e personalizado.

O acompanhamento terapêutico visa estimular a linguagem verbal, expandir o vocabulário, consolidar estruturas gramaticais e desenvolver competências de leitura e escrita, que são fatores essenciais para que a criança se integre nos contextos escolares, familiares e sociais, comunicando com confiança e construindo autoestima.

Há 25 anos em Portugal, a Minisom reforça o seu compromisso com a promoção da saúde auditiva através de rastreios gratuitos e de soluções adaptadas a cada caso, assegurando acompanhamento especializado para crianças e famílias.

 



[1] Organização Mundial da Saúde – Deafness and hearing losshttps://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing-loss

[2] Acta Médica PortuguesaAudição e Surdez: Uma Revisão para o Médico de Famíliahttps://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/11880

 

LPM