André Magrinho, Professor universitário, doutorado em gestão | andre.magrinho54@gmail.com

O potencial de crescimento e o desenvolvimento económico e social de Portugal, vai depender muito significativamente do nível de qualificações e competências. Elevados níveis de educação e formação relevante são fundamentais para as pessoas manterem boas expetativas de empregabilidade, realização e bem-estar, e para as empresas serem mais bem geridas e mais competitivas. O recente relatório sobre o “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal”, realizado pela Fundação José Neves, releva, a este propósito, conclusões importantes: “(i) Os portugueses estão mais qualificados, mas há desajustamento entre a educação e o  mercado de trabalho; (ii) Estudar compensa, aumenta a probabilidade de ter emprego e salários mais elevados, mas estas vantagens têm diminuído na última década; (iii) Portugal apresenta o maior gap inter-geracional da União Europeia nos níveis de qualificação da sua população ativa; (iv) São poucos os adultos que participam na aprendizagem ao longo da vida e a maioria são os que têm um nível de educação de base mais avançado; (v) As mulheres são mais qualificadas do que os homens, mas a disparidade salarial continua a penalizá-las independentemente do nível de educação e área de estudo; (vi) A pandemia acelerou o trabalho em casa, que continua a ser uma possibilidade reservada a trabalhadores mais qualificados e experientes; (vii) A evolução de Portugal na educação, emprego e competências tem sido positiva, mas ainda subsistem enormes desafios para que Portugal se transforme numa verdadeira sociedade do conhecimento”. Num país cuja demografia reflete uma das populações mais envelhecidas da Europa e do mundo, a educação e formação são determinantes para vencer o desafio de transformar Portugal numa sociedade do conhecimento, isto é, mais qualificada, mais desenvolvida, mais competitiva e com melhor qualidade de vida.