Um criado que observa narra-nos ao piano a carta de uma desconhecida: aos 13 anos uma menina desenvolve um amor platónico por um homem mais velho, até que décadas mais tarde essa obsessão culmina no suicídio. Escreve-lhe uma carta, revela-lhe a sua vida e mata-se.
Vemo-la a fechar-se em si mesma, construindo a sua própria realidade, limitando simultaneamente as escolhas do homem, que nunca a reconheceu. Durante 3 atos o homem é arrastado pelas escolhas dela – e depois de ler a carta da já morta desconhecida, como reage? Que escolhas ainda tem? E quando a escolha nos é roubada pela obsessão de outros?
Stefan Zweig em 1942, perante a obsessão nazi, perdeu a fé no futuro da Humanidade e suicidou-se de mãos dadas com a sua amada.
E este homem? E nós?
“Carta de uma desconhecida”, de Stefan Zweig, tem tradução de Fernando Ribeiro e adaptação, dramaturgia e encenação de Patrícia André e Sandra Barata Belo. Contracenam com a atriz, Guilherme Barroso e Luís Figueiredo.
O espetáculo tem a duração de 110 minutos, dirige-se a maiores de 12 anos e tem um custo associado por pessoa de 12 euros, sendo que para maiores de 65 e menores de 30 anos o valor passa para 10 euros. O Cartão de Amigo do Cine-Teatro é aplicável a este evento.
Por CM Loulé