A ARA – Animal Rescue Algarve foi fundada em 2017 pelo empresário britânico Sid Richardson que pretende recolher, reabilitar e realojar cães e gatos abandonados ou negligenciados.

O nosso jornal quis perceber o dia-a-dia da associação e acompanhou os diversos momentos de trabalho realizados no abrigo.

Às 8h00 o dia já começou na ARA. Os cães e gatos começam a fazer-se ouvir, uma vez que já sabem que por volta dessa hora “surge” nas suas tigelas comida e água.

Nesse momento, os 8 colaboradores fixos e dezenas de voluntários começam a dividir tarefas. Para além de alimentar os animais, é necessário dar medicação a alguns. Essa tarefa é feita com a máxima atenção e está discriminada em placas com letras bem grandes, para que tudo corra bem. Define-se ainda quem vai limpar os espaços onde estão os animais, levá-los aos parques e as rotas dos passeios.

No meio da azafama diária, há sempre espaço para mimos e momentos divertidos, confirmam os colaboradores.

Os animais são então alimentados e medicados (caso precisem) e começam a ser distribuídos por vários parques, onde existem até piscinas para brincarem. A parte dos passeios também é meticulosamente pensada, porque existem alguns cães que não se podem cruzar e os colaboradores da ARA têm a máxima atenção ao definir as rotas.

O nosso jornal falou com alguns dos voluntários que estavam presentes naquele dia e que realizam as mais diversas tarefas, sempre com um sorriso no rosto – ou não fossem todos os cães e gatos amorosos. É importante realçar que a associação dispõe de dois tipos de voluntários: o local, em que as pessoas escolhem o horário e o número de horas que fazem. Existe ainda a plataforma de voluntariado Workaway, em que a ARA oferece estadia e, em troca, os interessados fazem 5 horas de trabalho voluntariado. Os colaboradores fixos explicam-nos que os voluntários vêm dos mais diversos locais do mundo. A ARA já recebeu mais de mil voluntários em quatro anos.

ARA tem diversas atividades em curso

Entre as 8h00 e as 10h00, fazem-se as primeiras tarefas do dia. Assim que os animais estão alimentados e com a sua “casa” limpa, os colaboradores vão para o escritório, onde o trabalho continua. Naquele espaço, existem muitos assuntos a tratar, como as adoções, visitas marcadas, gerenciamento de donativos e marcação de veterinários. É ainda no escritório que se organizam as visitas de escolas e outros eventos, assim como se faz a gestão das redes sociais e do website. A azáfama continua, uma vez que a ARA tem muitos eventos e, olhando a calendarização dos próximos meses, sobra pouco tempo para estar parado.

Durante a hora de almoço, colaboradores e voluntários juntam-se para almoçarem. O momento é de convívio e partilha de histórias, muitas delas ligadas aos “patudos” que vivem na ARA. Em seguida, pelas 14h00, inicia-se novamente o trabalho e as tarefas realizadas na parte da manhã voltam a ser repetidas.

Animais voltam a ser alimentados à tarde

Os animais são novamente alimentados, passeados e os espaços onde estão são limpos. Alguns são recolhidos dos parques, outros são colocados. Os colaboradores e voluntários regressam a estas tarefas, que se prolongam ao longo da tarde. No escritório, o trabalho continua em simultâneo e são feitas chamadas para as famílias de acolhimento e adoção, para que a ARA possa perceber se os animais estão a ser devidamente tratados.

Atualmente, o abrigo tem 100 cães e 50 gatos, distribuídos por cerca de 5 hectares, que contém 48 canis e 12 parques. Em média, os animais consomem 60kg de comida por dia.  

Para além destas tarefas, os colaboradores têm de estar atentos aos animais do abrigo, para que assinalem possíveis alterações de comportamento ou mudanças na alimentação, que denotem o aparecimento de alguma patologia. Os animais que chegam à ARA são tratados de forma individual, pois carregam em si histórias de abandono, atropelamento, maus tratos ou acidentes. Existem traumas a superar.

Um dos cães que estava a ser passeado, por exemplo, arrastava-se no chão, pois tinha medo de utilizar a trela – trauma que adquiriu devido aos maus tratos dos antigos donos. O voluntário que desempenhava a tarefa aguardava pacientemente que o animal se levantasse para continuarem o pequeno passeio.

A ARA é uma Associação sem fins lucrativos que visa resgatar animais que estejam em necessidade de serem recolhidos e faz a sua reabilitação, com o objetivo de encontrar novas famílias para os cães e gatos. Os contactos para resgatar animais chegam através de e-mails, telefonemas e mensagens nas redes sociais. Por norma, a ARA dá prioridade a animais que estejam em situação de risco ou que vivam nas ruas.

Na ARA é possível verificar que existem ainda muitos animais maltratados e abandonados. O papel destas associações torna-se fundamental para diminuir o número de cães e gatos nas ruas. O trabalho que se faz, tem de ser realizado com dedicação, uma vez que aqueles são animais que necessitam de mais cuidado e atenção. Como é que os colaboradores e voluntários regressam a casa depois de um dia na ARA? A pergunta foi-lhes feita e a resposta foi simples: “Com o coração cheio”.

 

Por: Filipe Vilhena

 

Pode contactar a ARA através do e-mail info@animalrescuealgarve.com . O telefone é o +351 289 462 384, +351 910 476 880 ou +351 910 476 885 (custo da chamada para rede fixa e móvel nacional). Para inscrições de voluntários aceda à plataforma Workaway.