André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, falou à agência Lusa dos resultados de uma reunião esta semana, em Lagoa, para fazer um ponto de situação da atividade marítimo-turística nas Grutas de Benagil, e considerou que o balanço é positivo, como se pôde comprovar no primeiro verão com condicionamentos no acesso, em 2024, considerou.
Acue responsável explicou que a reunião em causa foi promovida pela entidade que dirige e pela Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), contando com a participação do capitão do porto de Portimão e de entidades regionais do ambiente e do ordenamento do território, e antecede a publicação de um edital que apenas terá de ser revisto para incluir algumas “afinações” relativamente a 2024.
“No ano passado realizámos esta reunião para ajudar o capitão de porto a construir o edital que veio a regular a atividade de Benagil, a partir do ano passado. E esta reunião, no fundo, serviu para, mais uma vez, em conjunto de todas as entidades públicas e as empresas, portanto, os operadores marítimo-turísticos, aferir qual o resultado desse edital, das medidas que foram previstas […] e qual a sua eficácia”, esclareceu.
André Gomes disse que, durante o encontro, foi possível verificar o sucesso e a eficácia das regras estabelecidas e que permitiram melhorias quer ao nível da experiência dos turistas, quer da visitação às grutas para os operadores marítimo-turísticos.
Para o presidente do Turismo do Algarve, o trabalho de consulta realizado foi um “sucesso do ponto de vista da regulação do acesso à gruta de Benagil”, localizada no litoral do concelho de Lagoa, na costa sul do distrito de Faro, e que, até à entrada em vigor das restrições de acesso, era visitada sem limites ou regras, pondo em causa a segurança das pessoas e a sustentabilidade ambiental da área.
“Deixámos de ter permanentemente aquelas ocorrências que vínhamos a ter de demasiadas embarcações, da mistura das embarcações com os veículos não motorizados, como os caiaques, com as pessoas a nadar, portanto, de facto foi possível ver que, com a implementação dessas medidas [de condicionamento], essas situações deixaram completamente de acontecer”, destacou.
Com os resultados alcançados, “é natural, normal e desejável” que se o modelo aplicado para regular as visitas às grutas de Benagil seja alargado, “de uma forma mais genérica, àquilo que é a atividade marítimo-turística ao longo da costa do litoral do Algarve”, adiantou.
As medidas a adotar no novo edital para regular o acesso às grutas “vão-se manter quase todas”, em comparação com 2024, e apenas serão feitas alterações “muito pontuais”, em questões como o “número de embarcações que podem permanecer dentro da gruta”, que foi “revisto” e “colocado em prática” logo em 2024, ou a diminuição das coimas aplicada a particulares que cometem infrações, que previam um valor “astronómico”, exemplificou, sem precisar quanto.
O trabalho realizado mostra que, “dentro do setor do turismo, é possível trabalhar em conjunto” para garantir a “salvaguarda” da segurança e da sustentabilidade e “compatibilizar o crescimento de uma atividade fundamental para a região e para o país, que é o setor do turismo”, com a “preservação e a promoção da sustentabilidade da oferta e a preservação dos nossos recursos”, afirmou.
Lusa