“O Banco Alimentar do Algarve já vem a trabalhar com fruta há quase dois anos, agora reforçada com hortícolas, e o objetivo é sair do paradigma do arroz com salsichas e da massa com atum”, disse à Lusa o presidente da instituição, Nuno Alves, acrescentando que já foram plantadas 3.500 couves, que estarão prontas a serem distribuídas dentro de três meses.
A horta de 2.670 metros quadrados, localizada na zona do Patacão, concelho de Faro, foi cedida pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e a produção pode vir a ser alargada para áreas cobertas, em estufas, segundo disse à Lusa o diretor daquele organismo, Fernando Severino.
Atualmente, estão dois reclusos a trabalhar a terra, mas no primeiro trimestre de 2016 o presidente do Banco Alimentar no Algarve estima contar com uma equipa de seis a oito reclusos dos estabelecimentos prisionais de Faro e Olhão.
O Banco Alimentar contra a Fome no Algarve apoia aproximadamente 23 mil pessoas na região e trabalha com 95 por cento das instituições que prestam apoio alimentar no distrito.
Nuno Alves contou que o número de pessoas apoiadas parece estar a estabilizar e já se percebe que muitas pessoas estão a conseguir entrar no mercado de trabalho, mesmo que por temporadas.
Num distrito cujo motor económico dominante é o turismo, marcado pela sazonalidade, o que provoca períodos de emprego e desemprego permanentes, os pedidos de apoio aumentam no inverno e diminuem no verão, frisou Nuno Alves.
“Chegando os meses de outubro e novembro disparam o número de pessoas apoiadas, em detrimento ao que se vai passar depois em meados de março e abril, quando o número desce”, referiu.
A horta solidária é um projeto promovido pela Federação Portuguesa de Bancos Alimentares em colaboração com o Ministério da Justiça.
Por Lusa