Em Portugal, o cenário do crédito habitação está cada vez mais favorável. As taxas Euribor estão a ficar cada vez mais perto do patamar dos 2%. E os bancos têm spreads cada vez mais competitivos, a partir de 0,7%, e taxas mistas bem atrativas. Tudo indica que este cenário se irá manter no nosso país, pelo menos enquanto os juros continuarem a descer.
Quem está a pensar comprar casa com recurso ao crédito habitação vai encontrar um cenário mais favorável face há um ano. Desde logo, as taxas Euribor estão cada vez mais próximas do patamar dos 2%, enquanto em maio de 2024 estavam entre 3,5%-4%. Esta segunda-feira, dia 19 de maio, a Euribor caiu para todos prazos, com a taxa três meses a baixar para 2,075%, a taxa a seis meses para 2,120% e a taxa a 12 meses para 2,094%.
E a queda da Euribor não deverá ficar por aqui. De acordo com as expectativas do mercado, tudo indica que as taxas vão continuar a cair até ao final do ano, com a Euribor a 3 meses a fechar 2025 nos 1,84% e a Euribor a 6 meses a registar uma média de 1,93%. No início de 2026, as curvas ‘forward’ indicam ainda que estas taxas deverão manter-se nestes níveis antes de começarem a subir a partir de março do próximo ano.
Como estão as ofertas de taxas mistas e variáveis?
Enquanto a queda dos juros continuar, os bancos deverão seguir com a sua guerra de spreads, melhorando as suas ofertas de crédito habitação. No que diz respeito à taxa variável, há várias instituições bancárias a oferecer spreads a partir de 0,70%, como é o caso da Abanca, o Banco CTT e o Bankinter. Outros bancos, como o BPI e o BCP, oferecem spreads mínimos de 0,75%, de acordo com os dados recolhidos junto das páginas oficiais dos bancos. De notar que a estes spreads tem ainda de se somar a Euribor contratada (média mensal).
Mas as ofertas mais competitivas acabam por se concentrar na taxa mista (que fixa os juros no início do contrato seguido de taxa variável). Isto porque a taxa mista tem sido o tipo de juros mais contratado nos últimos meses em Portugal, representando 71% dos novos empréstimos para compra de casa própria em março, segundo os dados do Banco de Portugal. No caso das ofertas de crédito habitação a taxa mista com fixação de juros a 2 anos, verifica-se que estas começam em cerca de 2,5% no Crédito Agrícola, Banco CTT e no Bankinter.
Por outro lado, há bancos que oferecem taxas mistas um pouco mais elevadas, mas com outras vantagens: o BCP devolve o spread durante dois anos, o Novo Banco tem uma campanha em que devolve 1% do valor do empréstimo e o Santander dá uma redução do spread para 0,5% durante três anos, por exemplo.
A melhoria das condições de crédito da casa foi assinalada pelo próprio BdP, que no mais recente Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito revelou que, no início do ano, houve “uma ligeira diminuição do spread aplicado nos empréstimos [da casa] de risco médio”, gerada pela concorrência entre a banca, e “da restritividade associada ao rácio entre o valor do empréstimo e o valor da garantia (loan-to-value)”. E até junho o regulador português antecipou que estes critérios de concessão de crédito habitação vão ficar “ligeiramente menos restritivos” e prevê ainda uma subida da procura por empréstimos para comprar casa.
Também Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal admite que se perspetiva que "o crédito habitação continue a ser um produto de excelência para os bancos, seja na captação de clientes ou na maior vinculação destes à sua entidade bancária, e que a procura de empréstimos para compra de casa continue dinâmica". E no momento de escolher "impera a necessidade de comparação das diferentes ofertas que o mercado apresenta", recomenda o especialista, indicando que um intermediário de crédito ajudará a fazer essa comparação "sem complicações ou custos".
Idealista News