Depois da importante vitória que foi a reposição do horário de trabalho das 35 horas na administração pública no passado dia 1 de Julho, derrotando quer a decisão do Governo PSD/CDS de imposição das 40 horas, quer projetos e aspirações do grande capital de alargamento do horário de trabalho, a continuação da luta dos enfermeiros, designadamente pelas 35 horas semanais sem discriminações, confirmam que o momento atual é de luta pela defesa, reposição e conquista de direitos conforme demonstra a elevada adesão registada na greve que está em curso.
Num quadro de generalização da precariedade ao longo dos anos, facilitando a intensificação dos ritmos de trabalho e aumentado a exploração, a generalização do chamado contrato individual de trabalho sujeitos a um horário de 40 h constitui um verdadeiro escândalo no sector da saúde – atingindo centenas de enfermeiros nesta região – e está na origem de situações de clara desigualdade e discriminação, onde enfermeiros trabalham lado a lado com salários iguais e regimes de horários diferentes.
Exigindo a reposição do horário semanal de 35 horas, sem discriminações, a admissão de mais enfermeiros para fazer face às necessidades e exigências de um serviço público de qualidade, e o pagamento integral das «horas de qualidade» e do trabalho suplementar, os enfermeiros da região do Algarve (do CHA), estão, para lá da defesa dos seus direitos e condições de trabalho, a lutar também pela defesa e melhoria do Serviço Nacional de Saúde cuja política de direita tem vindo a destruir, conforme poderá ser confirmado pela atual situação existente no Algarve: falta de cerca de 1000 profissionais; falta de especialidades; falta de materiais, equipamentos e medicamentos; listas de espera intermináveis; cerca de 150 mil pessoas sem médico de família, etc.
A todos os enfermeiros, a DORAL do PCP reafirma a sua solidariedade e apoio à sua luta, reiterando o seu compromisso na defesa dos trabalhadores e do Serviço Nacional de Saúde e exorta ao prosseguimento da luta como fator decisivo na resolução das injustiças.
Por: PCP Algarve