a qual ficará patente até dia 20 de setembro deste ano, de terça a sábado, entre as 09h30 e as 13h00 e as 14h00 e as 16h30.
Esta exposição surge no âmbito do programa “Arte pela Democracia”, financiado pela Direção Geral das Artes, com o apoio do Município de Tavira, integrando as Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974, e propõe um diálogo colaborativo com as comunidades residentes nos bairros do 1.º de Maio (Tavira) e Amigos Unidos de Cabanas (Cabanas de Tavira), construídos através do histórico Processo SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), entre 1974 e 1975.
Programa inaugural:
- 17h00: Performance passeata "SAAL Andor", de Ângela Ferreira (com participação Porbatuka), partida do Museu Municipal de Tavira.
- 17h30: Inauguração da exposição "Serviço de Apoio Ambulatório Local", Ermida de São Roque.
- 19h00: "Amigas Unidas" - Convívio organizado por Susana Mendes Silva e pela Associação de Moradores Amigos Unidos de Cabanas, na sede da Associação (Cabanas).
Sobre a exposição
O Processo SAAL constituiu um momento crucial na história da habitação social, em Portugal, caracterizando-se pela implementação de habitação condigna, através da colaboração entre comunidades e arquitetos (com especial destaque para o papel das mulheres e crianças na autoconstrução), da expropriação de terrenos para propriedade coletiva e a criação de espaços públicos de fruição comunitária.
Neste contexto, os quatro artistas convidados desenvolveram obras inéditas que refletem as suas preocupações artísticas: Ana Vidigal questiona ironicamente a relação entre objetos decorativos do quotidiano e a arquitetura modernista; Ângela Ferreira ativa manifestações políticas sobre o direito à habitação; Nuno Nunes-Ferreira mergulha nos seus arquivos pessoais para edificar uma escultura monolítica e Susana Mendes Silva investiga a importância e as histórias das mulheres que participaram no processo.
Sobre os artistas e o curador
Ana Vidigal (Lisboa, 1960) - Pintora formada na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foi bolseira da Fundação Gulbenkian e realizou um estágio de Gravura em Metal com Bartolomeu Cid na Casa das Artes de Tavira (1989). Criou painéis de azulejos para o Metropolitano de Lisboa. Tem desenvolvido um trabalho que explora as relações entre o doméstico e o político, com exposições destacadas na Fundação Arpad-Szenes e Fundação Calouste Gulbenkian.
Ângela Ferreira (Maputo, 1958) – É artista e professora na FBAUL, onde se doutorou em 2016. A sua obra explora o impacto do colonialismo e pós-colonialismo na sociedade contemporânea, incluindo homenagens multimédia de coloniais a figuras como Carlos Cardoso, Ingrid Jonker, Miriam Makeba, Angela Davis. Entre os seus trabalhos destacam-se "Campo Experimental" (2024), "Rádio Voz da Liberdade" (2022) e "Maison Tropicale" (2007).
Nuno Nunes-Ferreira (Lisboa, 1976) - artista que trabalha o conceito de memória, usando o seu extenso arquivo para explorar a estética de imagens do passado coletivo. A sua obra reflete sobre episódios da história recente de Portugal, tendo como pilares o tempo, a memória e a ausência. Vive e trabalha em Santarém, com obra representada em importantes coleções como a Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português, Fundação Calouste Gulbenkian e Instituto Valenciano de Arte Moderno.
Susana Mendes Silva (Lisboa, 1972) - Artista plástica, performer e professora na Universidade de Évora. Investigadora no CEIS20/Coimbra e membro da direção da AAVP- Associação de Artistas Visuais em Portugal. O seu trabalho foca-se em desenho, instalação, performance e encontros, materializando-se em obras que transmitem mensagens poéticas e políticas.
Hugo Dinis (Lisboa, 1977) - Licenciado em Artes Plásticas - Pintura pela FBAUL, com pós-graduação em Estudos Curatoriais. Entre 2021-2022 desenvolveu a exposição itinerante "Contra-parede" em vários museus portugueses, incluindo o Museu Municipal de Tavira. Venceu o Prémio de Curadoria do Atelier-Museu Júlio Pomar em 2016. Atualmente, trabalha na Culturgest, na Produção da Coleção da Caixa Geral de Depósitos.