Mais de metade dos 2,245 milhões de trabalhadores por conta de outrem registados em 2020 em Portugal trabalhavam em 16 cidades do país, sendo o seu vencimento médio mensal 161 euros superior à média nacional, segundo o INE.

“No âmbito dos Quadros de Pessoal, em 2020, estavam registados em Portugal 2.244.715 trabalhadores por conta de outrem (TCO), com horário completo e remuneração completas. Nas 16 cidades portuguesas definidas a nível europeu exerciam atividade 1.133.890 TCO, que representavam 51% do total”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) no destaque ‘Cidades e Áreas Urbanas Funcionais’, hoje divulgado.

As 16 cidades portuguesas definidas a nível europeu (Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Guimarães, Lisboa, Paredes, Ponta Delgada, Porto, Póvoa de Varzim, Setúbal, Sintra, Viana do Castelo, Vila Franca de Xira e Viseu) definem-se como “áreas densamente povoadas (de acordo com a tipologia DEGURBA – Grau de urbanização)” que “correspondem a unidades territoriais ao nível das unidades administrativas locais onde, pelo menos, 50% da população vive em centros urbanos”.

Já nas 12 Áreas Urbanas Funcionais (FUA) definidas a nível europeu – áreas constituídas por uma cidade e a sua respetiva área envolvente, delimitada com base nos movimentos pendulares – exerciam atividade 1.360.456 trabalhadores por conta de outrem (61% do total), sendo que “só as FUA de Lisboa e do Porto concentravam 46% dos TCO com atividade em Portugal”.

As 12 FUA identificadas em Portugal são Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Guimarães, Lisboa, Ponta Delgada, Porto, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo e Viseu, sendo que, para além de outros territórios, a FUA de Lisboa compreende as cidades de Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira e a FUA do Porto inclui a cidade de Paredes.

“De uma forma geral, as cidades constituem polos de emprego, atraindo mais TCO do que aqueles que residem nestes territórios”, refere o INE.

Segundo o instituto estatístico, “mesmo considerando as 12 FUA, que incluem, para além da cidade, as áreas de mobilidade pendular, apenas as FUA de Faro, Coimbra e Póvoa de Varzim apresentam um número de TCO residentes superior aos TCO que aí exerciam a sua atividade”.

Os dados do INE apontam ainda que, em 2020, “o ganho médio mensal dos TCO para o conjunto das 16 cidades e das 12 FUA portuguesas era de 1.408 euros e 1.366 euros, respetivamente, valores que se encontravam acima da média nacional (1.247 euros).

O instituto destaca o facto de “apenas a cidade (1.589 euros) e a FUA (1.500 euros) de Lisboa registarem ganhos médios mensais superiores àqueles referenciais”.

“Os resultados evidenciam também que o ganho médio mensal dos TCO nas cidades do Porto (1.350 euros), Aveiro (1.286 euros), Vila Franca de Xira (1.273 euros), Setúbal (1.257 euros) e Sintra (1.255 euros) era superior à média nacional e que, por outro lado, as cidades de Viseu (1.065 euros), Póvoa de Varzim (1.030 euros), Guimarães (1.014 euros) e Paredes (961 euros) registaram valores inferiores ao ganho médio mensal dos TCO em territórios não incluídos em cidades (1.083 euros)”, acrescenta.

No caso dos territórios correspondentes a áreas urbanas funcionais, o INE refere que, “a par da FUA de Lisboa, apenas a FUA do Porto (1.302 euros) apresentava um ganho médio mensal acima da média nacional (1.247 euros)”.

Em 2020, a proporção de TCO com ensino superior era mais elevada nas áreas urbanas funcionais de Lisboa (33,3%) e Porto (30,4%), as únicas com valores acima da média registada para o total de territórios incluídos em FUA (29,8%).

Com valores acima da média nacional, o INE destaca também as áreas urbanas funcionais de Coimbra (26,9%), Aveiro (25,5%) e Braga (24,8%). As áreas urbanas funcionais de Ponto Delgada (15,3%) e Guimarães (14,6%) registaram os valores menos expressivos neste indicador, e abaixo do total para os territórios não incluídos em FUA (15,6%).

Os dados do INE evidenciam ainda que, nas áreas urbanas funcionais, o ganho médio mensal dos TCO com nacionalidade da UE27 era 42% mais elevado que o ganho médio mensal do total de TCO e que “as FUA de Faro e do Funchal registaram as proporções mais elevadas de TCO com contrato de trabalho de duração limitada”.

 

Por: Lusa