A 4 de agosto de 1914 a notícia da declaração de Guerra da Inglaterra à Alemanha, chegou a Portugal envolta em tristeza e consternação. A posição geoestratégica dos territórios portugueses em África, aliada à dimensão periférica, económica e financeiramente débil da República, obrigou o poder político a acompanhar, logo após o assassínio de Sarajevo, de forma atenta, a evolução da situação internacional. Na verdade, a eclosão de uma guerra na Europa implicaria, desde logo, que se equacionasse o reforço das guarnições militares em Angola e Moçambique.
Em setembro de 1914 partiram para África as primeiras tropas portuguesas. Três anos mais tarde, a 26 de janeiro de 1917, na sequência da declaração de guerra da Alemanha a Portugal, a 9 de março do ano anterior, partiu para França o primeiro contingente do Corpo Expedicionário Português (CEP).
Esta intervenção procurará analisar, criticamente, os objetivos, as consequências e os legados da Participação de Portugal na Grande Guerra em Loulé, sublinhando a importância da “frente interna” como suporte à campanha militar, novidade introduzida, de resto, pelo conflito mundial.
Ana Paula Pires é doutorada em História, especialidade História Económica e Social Contemporânea, pela Universidade Nova de Lisboa. Realiza atualmente um pós-doutoramento na Universidade de Stanford e na Universidade Nova de Lisboa.
É membro da direção do Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL e coordenadora do grupo “Economia, Sociedade, Património e Inovação” da mesma instituição.
Autora de diversos livros e artigos científicos é cofundadora da International Network for the Study of the Great War in Africa e é editora de 1914-1918 online, International Encyclopedia of the First World War, projeto coordenado pela Universidade Livre de Berlim.
Esta iniciativa tem entrada livre.
Por: CM Loulé