2. É verdade que o executivo anterior criou o programa Faro Somos Todos. Fê-lo com um sentido claro: apoiar o comércio local, ajudar famílias com menos recursos e fazê-lo com rigor, controlo e responsabilidade. O que hoje está em causa não é o princípio, é a sua aplicação. O programa cresceu sem garantias de transparência, distribui milhares de vouchers não pessoais, não controlados e potencialmente transmissíveis, sem um relatório completo da execução anterior. Não existe controlo na emissão e distribuição, nem fundamento técnico que sustente o valor global. Perante esta realidade, seria irresponsável fingirmos que está tudo bem só porque o programa tem história. A história não deve servir para legitimar procedimentos deficientes.
3. Quanto ao jantar de Natal, trata-se de uma tradição que respeitamos e que criámos para valorizar os trabalhadores municipais. Mas nenhum gesto de reconhecimento justifica um custo de 130 euros por refeição, totalizando 250 mil euros. Propusemos em privado e em público que o valor fosse ajustado para permitir o convívio sem desrespeitar quem paga impostos. A resposta do Presidente foi unívoca. Tudo ou nada. O que o PSD recusou não foi o jantar. Foi o exagero.
4. Na primeira reunião informal da autarquia, à porta fechada, o próprio Presidente Pina apresentou um mapa de custos do Natal anterior, afirmando que eram incomportáveis e pedindo que se repensasse o modelo. Poucos dias depois apresentou exatamente o contrário em reunião de Câmara pública. Não acompanhamos esta mudança de posição. Não funcionamos dessa forma. De um modo pelas costas e doutro pela frente.
5. O oportunismo não está em quem mantém os princípios. Está em quem muda de opinião sem fundamento. Continuamos a defender o apoio ao comércio local, o convívio digno com os funcionários e o apoio social a quem mais precisa. Mas defendemo-lo com a mesma regra de sempre: respeito pelos dinheiros públicos e pela legalidade. Ser coerente é isto. O resto é teatro.
PSD Algarve




