As autoridades identificaram no ano passado mais de 40.500 mosquitos, mas em nenhuma amostra foi detetada presença dos vírus que provocam doenças como a dengue, chikungunya ou febre do Nilo Ocidental, foi hoje divulgado.

Segundo o relatório anual da Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE) foram identificados 40.565 mosquitos e, nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para os humanos, os resultados foram todos negativos.

Participaram neste trabalho as cinco Administrações Regionais de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, que realizaram colheitas de mosquitos em 231 concelhos de Portugal.

Foi igualmente feita vigilância em cinco aeroportos internacionais, dois aeródromos, 14 portos e 10 outros pontos de entrada de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.

O relatório anual do programa REVIVE apresenta este ano pela primeira vez dados sobre flebótomos (insetos), que transmitem o vírus Toscana e Leishmânia (parasita). Apesar de fazerem parte da rede de vigilância desde 2016, as colheitas eram ainda incipientes e apenas aparece no documento divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

No total, foram identificados no ano passado 761 flebótomos e detetada a presença de vírus Toscana, que provoca encefalites e nunca havia sido encontrado em Portugal em mosquitos, assim como de Leishmania (que provoca leishmaniose).

Participaram quatro Administrações Regionais de Saúde, entidades que realizaram colheitas de flebótomos em 41 concelhos.

Segundo disse à Lusa a coordenadora do REVIVE, Maria João Alves, em Portugal, o vírus Toscana foi isolado pela primeira vez de um caso humano em 1985, num turista sueco no Algarve.

O relatório do programa REVIVE refere ainda que foram identificados no ano passado 1.810 ixodídeos (carraças), tendo sido encontrada de novo uma espécie exótica (Argas spp).

Das pesquisas feitas ao vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo não houve qualquer caso positivo.

Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, que realizaram colheitas de carraças em 210 concelhos.