Escolas, centros de saúde e serviços hospitalares estiveram hoje encerrados um pouco por todo o país devido à greve na administração central, em defesa da reposição imediata do horário de trabalho semanal de 35 horas.

De acordo com os dados da Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a greve teve uma adesão média global entre os 70% e os 80%.

“Esta greve teve muita adesão, com uma média global entre os 70% e os 80%, embora tenha atingido os 100% em muitas escolas, centros de saúde e vários serviços dos hospitais”, disse à agência Lusa a coordenadora da Federação, Ana Avoila.

Segundo a sindicalista, a paralisação teve maior adesão por parte dos enfermeiros, pessoal auxiliar dos hospitais e das escolas e assistentes técnicos e operacionais da administração central.

Ana Avoila salientou ainda "a forte adesão" dos trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas ao protesto, que considerou ter sido “uma das maiores greves registadas em Portugal".

“Na saúde afetou hospitais e centros de saúde do norte ao sul do país, embora no Algarve a adesão tenha sido mais baixa”, explicou, precisando que em Lisboa e Porto houve hospitais com 100% de adesão à greve e a funcionar apenas com serviços mínimos.

Esta greve na administração central e estabelecimentos fabris das Forças Armadas é a primeira que o Governo socialista enfrenta desde que tomou posse.

A reposição imediata do horário semanal de 35 horas levou a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e o Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas a convocarem esta greve, apesar de a medida estar já em processo legislativo.

Embora o parlamento tenha aprovado na generalidade, no dia 15, os projetos de lei do PCP, “Os Verdes”, Bloco de Esquerda e PS para a reposição das 35 horas de trabalho na função pública, estes sindicatos não ficaram convencidos, porque temem que a medida só entre em vigor no último trimestre do ano.

A principal diferença entre os quatro projetos de lei, que estão em discussão na comissão da especialidade, está no prazo de entrada em vigor da lei, pois enquanto o partido do Governo remete a aplicação da medida para 01 de julho, os outros três partidos querem a sua aplicação o mais rápido possível, correspondendo à reivindicação dos sindicatos.

 

Por: Lusa