Festival Literário em Querença é único no país e vai já para a terceira edição.
Três dias dedicados à literatura, à ilustração, à música e ao convívio com os autores. Vai ser assim a 3.ª edição do Festival Literário Internacional de Querença, em Loulé, evento que este ano mistura cartunistas da Venezuela e da Bélgica com alguns dos escritores mais importantes da literatura portuguesa. Gastão Cruz, que receberá a Medalha de Mérito Cultural das mãos do Ministro da Cultura, é um desses exemplos. “Este ano, o festival tem a literatura e a ilustração como tema. O objetivo do FLIQ é chamar a atenção para nomes com origem no Algarve que, não só em Portugal mas pelo mundo têm elevado a língua e a cultura portuguesas. São de facto expoentes máximos dessa Cultura", adianta Marinela Malveiro, da comissão organizadora do festival.
O festival, que decorre entre 3 e 5 de Agosto, é promovido pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro e atrai à pequena e típica aldeia algarvia alguns dos nomes maiores da poesia e do desenho, não só a nível nacional. De Miami, chega a cartunista Rayma Suprani exilada nos EUA após ter sido censurada e perseguida na Venezuela e da Bélgica a também cartunista Cécile Bertand, que se juntam a Cristina Sampaio, cartunista portuguesa com um percurso notável, em Portugal e no estrangeiro.
Outros nomes fazem o FLIQ deste ano e irão mobilizar diálogos em torno da Literatura e das Artes, traduzindo pressões político-sociais e a liberdade de expressão. Entre eles: Gastão Cruz, Lídia Jorge, Nuno Júdice, Luís Filipe de Castro Mendes, Guilherme d’Oliveira Martins, António Carlos Cortez (que venceu este ano o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, da Associação Portuguesa de Escritores), Mário Avelar, Jorge Silva, João Paulo Cotrim, António Jorge Gonçalves e Eduardo Salavisa, Filipe Raposo e Hugo Alves.
No dia da abertura, o FLIQ propõe Poesia do Mundo, poemas estrangeiros ditos por jovens imigrantes residentes em Loulé e oriundos de países tão diversos como Nepal, Cabo Verde, República Dominicana, Índia e Venezuela. Em alternativa, poderá assistir a uma estreia mundial, a projeção de slides inéditos do espólio Manuel Viegas Guerreiro, imagens raras captadas em Moçambique pela lente do etnógrafo algarvio, comentadas pelo arqueólogo da Universidade do Algarve Nuno Bicho.
A pouco mais de 10 quilómetros da cidade de Loulé, o Festival Literário Internacional de Querença contará também com momentos musicais. Na sexta-feira, o quinteto da Orquestra de Jazz do Algarve, sobe à Praça da Fundação pelas 22h00, com o concerto Jazz whisperers under the stars: Latin-Afro Dream. No sábado, às 18h00, concerto de voz e harpa por Helena Madeira e às 22h00 concerto e projeção digital em tempo real, com o pianista Filipe Raposo e o performer digital António Jorge Gonçalves, intitulado 4 Mãos.
A sessão de encerramento estará a cargo de Guilherme de Oliveira Martins, Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, ele próprio um fã da ilustração e da banda desenhada, que lançou recentemente o livro Património, Herança e Memória.
Em permanência, o 3.º FLIQ contará com Feira do Livro, desenho (ao ar) livre e instalações artísticas. No sábado e no domingo, entre as 15h00 e as 19h00, serão dinamizadas oficinas artesanais de composição gráfica.
Por: FMVG