A operação foi conduzida pela Polícia Judiciária, em colaboração com autoridades internacionais, pondo fim a uma fuga que durava há anos.
O homem, de 74 anos, tinha já sido condenado na Irlanda por múltiplos crimes de pedofilia, cometidos ao longo de várias décadas. Conhecido publicamente no seu país por ter abusado sexualmente de vários menores — muitos dos quais sob sua orientação espiritual — o padre encontrava-se foragido e a viver em Portugal há algum tempo, concretamente na região algarvia.
Segundo fontes próximas da investigação, o indivíduo vivia numa moradia nos arredores de Loulé, onde levava uma vida aparentemente pacata. As autoridades portuguesas confirmaram que o suspeito usava documentos falsos e tentava manter-se fora dos radares da justiça, o que dificultou o seu rastreio durante meses.
A detenção foi possível graças a um mandado de captura europeu emitido pelas autoridades irlandesas. A Polícia Judiciária seguiu vários indícios que apontavam para a sua presença no Algarve, tendo conseguido localizá-lo e efetuar a detenção na passada segunda-feira.
O padre será agora extraditado para a Irlanda, onde enfrentará novas acusações e responderá judicialmente por crimes sexuais cometidos contra menores. Recorde-se que já em 2017 as autoridades tinham feito buscas para localizar o fugitivo, sem sucesso. Desta vez, a cooperação entre polícias europeias e a vigilância feita em território nacional permitiram pôr termo à fuga do criminoso.
Este caso volta a trazer à tona o debate sobre a forma como alguns indivíduos com antecedentes criminais graves conseguem estabelecer-se em comunidades locais sem levantar suspeitas. A população de Loulé foi apanhada de surpresa, sem suspeitar que um indivíduo com este passado vivesse na região.
A Polícia Judiciária não revelou mais pormenores, alegando o segredo de justiça. No entanto, confirmou que o homem permanece sob custódia até ser extraditado.