A melhor proposta de compra da Herdade da Palheta foi apresentada pela construtora San José, através do seu advogado Tiago Silva, no leilão realizado pela leiloeira Leilosoc numa unidade hoteleira de Évora.
A propriedade, que inclui um hotel em fase de construção e uma área total de 300 hectares, foi a leilão na sequência da insolvência da empresa Euro-Atlântica III, Empreendimentos Urbanísticos, segundo o anúncio publicado na página da Internet da leiloeira.
“Fomos a empresa construtora do imóvel e, atendendo ao valor do nosso crédito e uma vez que a obra já se encontra executada em grande parte, é normal que apresentemos uma proposta que consideramos adequada”, afirmou aos jornalistas o advogado da San José.
Tiago Silva considerou que, durante o leilão, “não houve qualquer outro interessado a apresentar uma proposta que fosse compatível com o crédito” que a construtora San José reclama neste processo de insolvência e que ascende a 4,1 milhões de euros mais juros.
“Se a nossa proposta for a melhor, significa que o bem nos será adjudicado e, uma vez que temos um crédito que é superior a esse montante, iremos requerer a dispensa do pagamento do preço, sendo certo que será compensado pelo nosso crédito”, referiu.
Tiago Silva indicou que, no caso de a construtora ficar com o complexo turístico, pode optar por “acabar a construção que se encontra executada ou alienar a uma proposta que seja mais compatível com o crédito”, que a empresa reclama.
Ivo Rodrigues, da Leilosoc, explicou que a leiloeira só poderia “assumir a venda” perante um potencial interessado se a sua proposta ultrapassasse o valor base de licitação de quatro milhões de euros, o que não aconteceu.
Nesse caso, adiantou que vão ser auscultados potenciais interessados, nos próximos 10 dias, para se tentar melhorar a oferta, sendo que será apresentada a oferta mais alta ao administrador de insolvência e a comissão de credores tomará a decisão final.
O empreendimento foi classificado como projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e “prevê a construção de uma unidade hoteleira de características conventuais com 73 quartos, com base na casa senhorial já existente”.
O complexo turístico engloba 26 hectares de vinha, já plantada e em exploração, estando projetado um campo de golfe de 18 buracos, um aldeamento turístico com casas de campo e uma barragem.
Segundo o edital publicado no portal judicial Citius, a Euro-Atlântica III, Empreendimentos Urbanísticos foi declarada insolvente pelo Tribunal de Loulé a 23 de novembro de 2012.
Por: Lusa