Vítor Aleixo reuniu-se em frente ao Aquashow na sexta-feira, 18 de junho, ao lado de alguns empresários algarvios, incluindo os responsáveis pelo Parque Aquático que teve de encerrar, e salientou que “as decisões tomadas [em Conselho de Ministros] afetam fortemente a atividade económica da região, como o turismo”. Para o autarca da Câmara Municipal de Loulé, “está a aplicar-se mal o rácio de cálculo para casos positivos de covid-19”.
A Câmara de Loulé defende que os visitantes estrangeiros não são considerados no total da população, mas, se forem infetados, são incluídos nos casos positivos do concelho. Vítor Aleixo considera que “desse erro resultam consequências como aquelas que estamos a viver, de regressão nas regras do desconfinamento”.
O responsável pela autarquia algarvia explica que a situação será facilmente corrigida se forem contabilizadas as dormidas nos hotéis de cada concelho e acrescido este número à população dos residentes. Estas alterações são essenciais para que não se penalize a vinda do turismo para o Algarve.
O Conselho de Ministros do passado dia 17 de junho, determinou que, no Algarve, os concelhos de Loulé e de Albufeira integram a lista de 10 concelhos que não progridem no desconfinamento por registarem, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
“A região algarvia está unida para que sejam revistos os critérios que determinam estas decisões […] e com a qual estamos em desacordo completo”, concluiu Vítor Aleixo.
Em nota enviada às redações, a Câmara de Loulé afirmou lamentar o retrocesso no processo de desconfinamento, quando “a principal atividade económica do concelho retomava uma trajetória de recuperação com contratos e compromissos assumidos”.
Nesse sentido, a autarquia disponibilizou-se “para colaborar na obtenção do número de residentes diários dos hotéis para fornecer às entidades de saúde”, pedindo ainda que seja corrigida a forma como são contabilizados os casos nacionais.
Invocando que, segundo declarações do primeiro-ministro, estes deveriam ser atribuídos ao concelho de residência e não onde são detetados, a autarquia pede “que seja seguida integralmente a proposta defendida publicamente” por António Costa.
Para a Câmara de Loulé, o facto de os casos de residentes nacionais serem contabilizados nos concelhos onde são detetados e não nos de residência “penaliza os concelhos com mais turismo”, como é o caso de Loulé e de outros, no Algarve.
A autarquia diz estar segura de que “esta correção evitará o retrocesso” ao qual o município está a ser sujeito, “evitando que o concelho e os seus agentes económicos voltem a mergulhar numa crise profunda”.
Por: Filipe Vilhena / Lusa