O novo governo do Partido Socialista, com o apoio das forças políticas à sua esquerda, criou as verdadeiras condições para aliviar o sofrimento que o Algarve padece há mais de 4 anos, desde a introdução de portagens na Via do Infante pelo anterior governo PSD/CDS, em 8 de dezembro de 2011.

Além dos graves prejuízos provocados à economia regional, já de si severamente atingida pela crise económica e social, o Algarve assistiu nestes últimos anos ao regresso da fatídica “estrada da morte” por força da imposição de portagens que a sociedade algarvia continua a rejeitar energicamente. Como se comprova, a Estrada Nacional 125 atulhada de trânsito voltou a ser uma das estradas mais mortíferas do país: em 4 anos morreram no Algarve 130 pessoas inocentes em violentos acidentes brutais e feridos graves foram mais de 600, a maioria na EN 125. No ano de 2015 ocorreram na região 9 500 acidentes rodoviários, a uma média de 26/27 acidentes diários. Uma tragédia de dimensões inadmissíveis e insuportáveis e a que urge pôr cobro.

Nesta altura, com as obras de requalificação muito lentas a decorrer em vários troços da EN 125, o caos rodoviário agravou-se e aumenta o risco de acidentes a cada momento que passa. Noutros lanços as obras ainda não se iniciaram e a via encontra-se em muito mau estado. Com a Páscoa e o Verão a aproximarem-se muitos mais utentes procuram as terras algarvias e prenuncia-se uma “tempestade perfeita” no que toca a confusão e a acidentes de viação na região, em particular na EN 125.

O novo governo do Partido Socialista e os seus deputados, incluindo os eleitos pelo Algarve, têm agora a chave na mão para terminar com as portagens no Algarve. A Comissão de Utentes acredita que as suas expetativas  e da sociedade algarvia agora se cumpram e que, este novo governo, não persista no mesmo erro grave cometido pelo governo anterior. Na próxima segunda-feira será discutida e votada na Assembleia da República uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2016, apresentada pelo Bloco de Esquerda para acabar com as portagens na Via do Infante. Os deputados, incluindo os eleitos pelo Algarve, são chamados a se pronunciarem sobre matéria tão candente para o Algarve.

Também chegou a hora do novo Primeiro Ministro cumprir o que prometeu na campanha eleitoral para as eleições legislativas. Referiu que a EN 125 era um «massacre» e que não constituía uma alternativa e que se chefiasse o novo governo iria suspender ou acabar com as portagens no Algarve. A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que o estado de graça deste governo, relativamente às portagens no Algarve está a chegar ao fim – caso estas não sejam abolidas na aprovação do Orçamento de Estado para 2016.

Independentemente dos resultados da votação, a CUVI vai levar a efeito uma ação de luta anti-portagens na Ponte Internacional do Guadiana, no próximo dia 24 de março, a partir das 10 h da manhã, quando se prevê uma grande afluência de turistas espanhóis a passar pela fronteira. Mais uma vez o país irá assistir a filas imensas de automobilistas e muitos darão meia volta e regressarão à vizinha Espanha – a não ser que até lá sejam, pelo menos suspensas as portagens, como reivindicam os empresários e outras forças vivas do Algarve. Novas ações estão programadas até e durante o Verão, como o lançamento de uma campanha de desobediência civil anti-portagens. Mas a CUVI continua a acreditar que estas ações drásticas não irão ser necessárias.

 

Por  Comissão de Utentes da Via do Infante