Serão precisos, no entanto, alguns meses, para perceber se este interesse se materializa em investimentos. Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o setor pode beneficiar de alguma deslocalização de investimentos imobiliários para Portugal.
Segundo o Público, além das vantagens associadas aos vistos gold, que permitem a cidadãos fora da União Europeia circularem no espaço Schengen sem necessidade de outra autorização, os receios de desvalorização dos ativos imobiliários britânicos, que já levou seis grandes sociedades gestoras a suspender a negociação dos seus fundos, pode redirecionar algum investimento internacional para Portugal.
Os ingleses sempre foram dos estrangeiros que compraram mais casas no país, adquirindo sobretudo imóveis para segunda residência e para investimentos/arrendamento. Foram, no entanto, ultrapassados no primeiro trimestre do ano pelos franceses, que apostaram no mercado imobiliário português incentivados pelas vantagens fiscais em ter residência fora de França.
Luís Lima considera que é preciso esperar pelas decisões que vierem a ser tomadas na sequência do resultado do Brexit, mas reconhece que é admissível um crescimento da procura associada aos vistos gold, sobretudo pelos efeitos negativos do referendo no setor imobiliário britânico. De acordo com o responsável, esta segunda razão pode levar alguns investidores tradicionais do Reino Unido, como indianos e chineses, a direcionar parte desses capitais para outros países europeus, como Portugal.
Esse investimento internacional será direcionado mais para o segmento de rendimento, ou seja, compra de imóveis para arrendar, especialmente para atividades comerciais e serviços. Este é um segmento que está no epicentro das preocupações dos investidores no Reino Unido.
Atualmente já são seis as sociedades gestoras a suspender os reembolsos dos seus fundos, o que significa que os investidores ficam com as aplicações temporariamente congeladas. Em causa estão grandes gestoras como a Canada Life, a Columbia Threadneedle, a Henderson, a Standard Life, Aviva Investors Property Trust e o M&G Investments, escreve a publicação.
Por: idealista