Garantia dada por Paulo Barros Trindade, presidente da direção Associação Profissional das Sociedades de Avaliação (ASAVAL).

Os peritos avaliadores de imóveis “continuaram a realizar avaliações imobiliárias durante a pandemia da Covid-19”, tendo-se verificado, no entanto, “um ‘crash’ muito acentuado durante o estado de emergência”, revelou esta sexta-feira (6 de novembro de 2020) Paulo Barros Trindade, presidente da direção Associação Profissional das Sociedades de Avaliação (ASAVAL). “Entre março e junho houve uma quebra de cerca de 35% no número de avaliações, mas em setembro esse número já está quase idêntico ao verificado no período pré-pandemia”, acrescentou.

Segundo o responsável, que falava num congresso online – em formato webinar –, realizado para celebrar os dez anos de existência da ASAVAL, só foi possível os peritos avaliadores menterem a sua atividade este ano, em plena pandemia, devido a uma circular emitida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no final de março “com medidas excecionais”. “Foi isso que fez com que o setor da avaliação continuasse a funcionar. Evitou-se uma paragem quase total, o que seria muito grave”, referiu Paulo Barros Trindade, estimando uma quebra de cerca de 10% no número de avaliações realizadas este ano face ao ano anterior.

O líder da ASAVAL ressalvou, no entanto, que revelará em breve, num webinar que deverá decorrer ainda este ano, mais detalhes sobre a atividade da mediação imobiliária em tempos de pandemia, já que a associação está a reunir mais dados/informações sobre a atividade dos profissionais do setor.

Mais peritos avaliadores registados na CMVM

Carla Rodrigues da Mãe, diretora do Departamento de Autorizações e Registos da CMVM, que também participou no congresso da ASAVAL, aproveitou a ocasião para dar a conhecer alguns números que, segundo a própria, mostram “o interesse que existe pelo exercício desta função, nomeadamente para o setor financeiro”. 

De acordo com a responsável, em 2019, face a 2018, houve um aumento de peritos avaliadores registados na CMVM: passaram de 1.370 para 1.467 em termos de pessoas singulares e de 193 para 210 em termos de pessoas coletivas. “São mais de 100 registos ativos num ano”, frisou. A especialista adiantou, no entanto, que o registo na CMVM é apenas obrigatório para peritos que pretendam prestar serviços no setor financeiro.

A diretora do Departamento de Autorizações e Registos da CMVM destacou ainda, durante a sua apresentação, “a resiliência do setor imobiliário português face a outros países europeis”. “O mercado imobiliário nacional está bastante resiliente à crise pandémica e não são verificados aumentos significativos nos valores dos ativos”, concluiu.

 

Por: Idealista