Os candidatos da coligação à presidência da Câmara de Faro, Cristóvão Norte, e Assembleia Municipal, Macário Correia, participaram hoje de manhã numa ação de campanha e disseram à agência Lusa que o tempo das maiorias absolutas e do bipartidarismo terminou e isso obriga a ter muita coordenação entre os dois órgãos para garantir a gestão municipal.
“É claro que não haverá maiorias e os cidadãos têm de refletir nos programas, mas desta feita têm de refletir numa coisa mais: quem é que está em condições na Câmara e na Assembleia para garantir o diálogo, articulação de posições e a aprovação de orçamentos e obras”, afirmou Cristóvão Norte.
O candidato social-democrata à Câmara de Faro exemplificou que, “se uma obra for proposta pelo presidente da Câmara, mas for chumbada, não se realiza”, e se uma proposta do presidente da Câmara “for aprovada na Câmara, mas chumbada na Assembleia, também não se realiza”.
“E, portanto, o risco é grande. E isso, do meu ponto de vista, obriga os cidadãos a terem em consideração não apenas quem é a pessoa, os melhores programas, mas, sobretudo, quem, da coordenação institucional entre os dois órgãos, consegue levar as coisas para a frente”, acrescentou.
Cristóvão Norte considerou que a sua candidatura e a de José Macário Correia à Assembleia Municipal garantem “estabilidade” e uma articulação que “é necessária, é decisiva”.
José Macário Correia, que presidiu à Câmara de Faro (2009-2013), após cumprir três mandatos no município de Tavira, disse que a legislação eleitoral está “preparada para que haja, basicamente, dois partidos a concorrer às eleições autárquicas e quem tiver mais um voto tem maioria”, mas no domingo esse cenário não se repetirá.
“Os executivos serão de três forças políticas e isso implica um trabalho suplementar das assembleias municipais, onde também não haverá maiorias e, por isso, para os orçamentos, os planos, os regulamentos, os documentos fundamentais da gestão dos municípios, por aí em diante, tem que haver uma grande concertação entre o presidente da Câmara e o presidente da Assembleia”, defendeu.
Macário Correia considerou, por isso, que o presidente da Assembleia Municipal deve “ser uma pessoa com muita experiência, com muito calo, com muito conhecimento do que é o funcionamento dos serviços municipais, dos órgãos municipais, do Estado e das empresas”, para “tornar mais fácil a governabilidade dos municípios e, em particular, de Faro”.
Além de Cristóvão Norte, candidatam-se à Câmara de Faro António Miguel Pina (PS), Adriana Marques Silva (Livre), Duarte Baltazar (CDU - coligação PCP/PEV), José Freitas Oliveira (ADN), José Moreira (BE), Pedro Oliveira (Volt Portugal) e Pedro Pinto (Chega).
Em 2021, a coligação liderada pelo PSD venceu as autárquicas, elegendo seis dos nove mandatos em disputa, enquanto o PS ficou na segunda posição, garantindo os restantes três eleitos. A CDU, que ficou em terceiro lugar, e o Chega, em quarto, não elegeram qualquer vereador.
Lusa