A candidata do Livre à Câmara de Faro quer uma maior articulação entre a autarquia e a Fagar na execução, entre outras, de obras previstas no plano de drenagem de águas pluviais, nomeadamente na zona de São Luís.

“A Fagar preparou um plano, um plano geral de drenagem de águas pluviais, aliás, para ser aplicado na zona de São Luís, porque, como todos sabemos, é uma zona que tende a inundar, a alagar. O projeto de obra existe, mas está na Câmara desde 2019 e ainda não foi aplicado, ainda não sabemos como é que está em termos de desenvolvimento”, disse hoje Adriana Marques Silva.

A candidata, que falava à Lusa após uma reunião com a empresa municipal que faz a gestão da água, resíduos e limpeza pública do concelho, defendeu uma maior articulação entre ambas as entidades, considerando que, dessa forma, a resolução de problemas nesta matéria no concelho seria mais rápida.

“Necessitamos de ter aqui uma maior articulação entre o município e a própria Fagar para resolver todos estes problemas que existem aqui no concelho de Faro”, afirmou, considerando que, se houvesse esta maior articulação, talvez já se pudesse ter avançado com o plano de drenagem.

Adriana Marques Silva referiu que, segundo a entidade reguladora, cada município tem que reabilitar cerca de 02% da sua rede por ano, mas Faro talvez tenha capacidade para reabilitar um quilómetro, no máximo, porque está a fazer uma “manutenção reativa” e não consegue fazer um trabalho de prevenção.

“A Câmara terá de procurar formas de investimento para este tipo de trabalhos, portanto, nós estamos a falar de um plano geral de drenagem de águas pluviais, a começar só aqui nesta zona de São Luís. Vamos ter que aplicar todo este plano à cidade de Faro e isto tem custos muito elevados, claro, para a cidade e para o município em si”, sublinhou.

Além disso, apontou, a atual rede de condutas está “obsoleta”, defendendo um “planeamento estratégico, faseado e gradual” de substituição da rede, embora não baste reabilitar o sistema: é preciso “pensar na cidade como um todo e pensar num planeamento urbano que complemente esta reabilitação”, sugeriu.

“Algo que ficou claro para nós é, realmente, o envelhecimento desta rede de água, da rede de esgotos. Só para termos noção, a rede de água tem 600 quilómetros e a rede de esgotos tem 400 quilómetros”, referiu, ainda, a candidata do Livre.

Adriana Marques Silva defendeu ainda a criação de incentivos à população para a deposição de biorresíduos, tal como já acontece noutras autarquias do país, em que há uma redução nas tarifas, por exemplo, da água para quem faça a separação e entrega destes resíduos.

Adriana Marques Silva tem como adversários nas autárquicas de domingo António Miguel Pina, do PS, Cristóvão Norte, da coligação “Faro Capital de Confiança” (PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT), Duarte Baltazar, da CDU (coligação PCP/PEV), José Freitas Oliveira, do ADN, José Moreira, do Bloco de Esquerda, Pedro Oliveira, do Volt Portugal e Pedro Pinto, do Chega.

Em 2021, a coligação liderada pelo PSD venceu as autárquicas, elegendo seis dos nove mandatos em disputa, enquanto o PS ficou na segunda posição, garantindo os restantes três eleitos. A CDU, que ficou em terceiro lugar, e o Chega, em quarto, não elegeram qualquer vereador.

 

Lusa