A associação AMDC já apoia cerca de 90 famílias em vários concelhos algarvios. A Voz de Loulé esteve à conversa com Isilda Guerreiro, vice-presidente da associação, para saber mais pormenores sobre o trabalho que desenvolvem.

Este grupo de ajuda algarvio começou num momento de crise para o país e para o mundo: março de 2020, início da pandemia de Covid-19.

“Quando começou a Covid-19, eu e um grupo de amigas, recebemos pedidos de várias pessoas carenciadas e decidimos ir ajudando, a título pessoal, à medida que nos iam chegando as solicitações”, começou por explicar Isilda Guerreiro, revelando que na altura receberam várias doações.

Em outubro de 2020, o grupo de amigas teve a ideia de transformar os donativos em comida, através da criação de uma loja solidária e assim poder ajudar mais pessoas.

Na loja, com sede no centro de Almancil, os donativos recebidos são colocados em exposição para venda a preços simbólicos. “O valor reverte para a outra vertente da associação: ajudar quem nos contacta”, defende Isilda Guerreiro.

A responsável não tem dúvidas de que as lojas solidárias são importantes, uma vez que “são uma forma de chegar mais perto de quem tem menos possibilidades e também de angariar alguns fundos para a compra de alimentos, produtos de farmácia, higiene e limpeza”.

A Associação das Mulheres Democratas Cristãs conta com a ajuda de voluntárias. “Na loja temos pessoas que dão o seu tempo e estão em turnos de 2 horas. Para já, somos só mulheres, referiu a vice-presidente.

A loja solidária já foi palco de vários eventos, tais como a Tarde do Brinquedo ou do Livro. “As pessoas levavam um pacote de massa e traziam um brinquedo para oferecer a alguém da família. O mesmo acontecia com um livro. Era a troca de um bem essencial por um brinquedo, livro ou um euro”, recordou Isilda.

Devido à pandemia de Covid-19, a loja teve de encerrar, no entanto já reabrimos uma vez por semana, e queremos transpor a ideia para Albufeira, próxima cidade escolhida para a abertura de uma loja solidária.

 

Associação AMDC pretende ser o contacto emergente das famílias

Apesar de uma das vertentes da associação – a loja solidária - estar parada devido à pandemia, a componente de ajuda tem sido cada vez mais solicitada pelas famílias.

O lema deste grupo com sede em Almancil é ajudar as famílias carenciadas no momento em que mais precisam. “O objetivo da associação é ser o contacto emergente, socorrer as pessoas num momento de aflição e dar-lhes algum alento por uns dias enquanto não vão levar este ou outro documento para receberem uma ajuda continuada”, defendeu Isilda Guerreiro.

A associação AMDC atribui às famílias um primeiro cabaz e depois encaminha-as para outras associações parceiras como, por exemplo, a Refood, uma vez que não têm muitos alimentos em stock.

Em tempos de pandemia, a entrega de bens alimentares ou roupa é feita em casa, de forma a não promover a deslocação das pessoas e assim ajudar a travar o contágio pela Covid-19.

A associação já ajudou cerca de 90 famílias nos concelhos de Albufeira, Faro, Olhão e Loulé nomeadamente em Quarteira e Almancil.

 

AMDC deu início à iniciativa Saco Solidário

A AMDC deu início a uma iniciativa chamada Saco Solidário. “Temos três sacos solidários, um no Talho Santos em Almancil,  outro no Supermercado Monti Estrela e outro na Frutaria Mercadinho da Horta em Almancil, cujo objetivo é a recolha de alimentos”, começou por explicar Isilda.

Nesses locais, existe um saco que contém a informação sobre a associação e quem quiser pode contribuir com um alimento.

“Esta iniciativa não só ajuda as famílias carenciadas, como também promove o comércio local, uma vez que os estabelecimentos vendem mais”, explicou a responsável.

Isilda Guerreiro deixou um apelo a outras lojas que se queiram juntar ao Saco Solidário. “Gostávamos imenso de alargar a nossa rede nesta iniciativa solidária e, como tal, estamos disponíveis para possíveis parcerias”, afirmou.

 

Como ajudar a associação?

Existem três formas principais de ajudar a associação. A primeira é fazendo compras na loja sediada em Almancil.

A segunda é tornando-se associado. “Pedimos uma quota de 12 euros por ano, 1 euro por mês. Com este valor conseguimos pagar as despesas da associação e comprar aquilo que precisamos”, realçou Isilda, apelando a que as pessoas se tornem associados de forma a que a ajuda possa chegar cada vez a mais pessoas.

Por fim, os donativos podem ser feitos em dinheiro ou através de artigos.

No final, Isilda deixou ainda um pedido de ajuda aos portugueses e, em especial, aos algarvios. “Em tempos de pandemia, as dificuldades são cada vez mais e maiores, atingindo cada vez mais famílias. Neste sentido, chegar a todos os que nos contactam é cada vez mais difícil. Apelamos a todos os que nos possam dar algum contributo”, concluiu, referindo que as maiores necessidades são alimentos e produtos de limpeza e higiene.

Caso opte por ajudar a associação através de meios financeiros, seguem os detalhes bancários:  PT50 0033 0000 45613684006 05 –MilleniumBCP.

 

                                                                                      Por Stefanie Palma