Um dos equipamentos culturais mais importantes do concelho – o Mercado de Escravos -, localizado na Praça do Infante, tem estado de portas encerradas ao público desde o final do ano passado, para preparação e consequente realização de obras de requalificação e reabilitação.
A intervenção no edifício, para posterior integração de um programa de museologia extensivo aos dois pisos, arrancou este mês, com um prazo contratual de 120 dias e um valor de adjudicação de 143.760,96 € + IVA.
Recorde-se que o Núcleo da Escravatura do Museu de Lagos é um dos projetos estruturantes do Município na vertente histórica, cultural e patrimonial, e tem enquadramento no projeto da UNESCO “Rota do Escravo”. Em termos físicos, o mesmo ficará instalado no Edifício conhecido como “Mercado de Escravos”. Neste edifício histórico se dará conta do importante achado arqueológico ocorrido na cidade há alguns anos, e que veio demonstrar com testemunhos materiais, o papel de Lagos como um dos primeiros e principais locais de desembarque e comércio de escravos vindos da costa ocidental africana, já assim referido na Crónica da Guiné, de Zurara.
A propósito, será também de recordar que a intervenção neste imóvel decorre do compromisso assumido no Protocolo de Colaboração assinado pela autarquia com o Exército Português - que previa a cedência recíproca de imóveis situados no centro histórico da cidade -, e que permitiu ao município passar a utilizar a totalidade do edifício (rés do chão e primeiro andar).
Nesta perspetiva, e também no âmbito da parceria estabelecida com o Comité Português do projeto “Rota do Escravo” da UNESCO estão já a ser desenvolvidas as ações de museologia e museografia necessárias, que contam igualmente com o apoio técnico da Direcção Regional de Cultura do Algarve.
Por CM Lagos