GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com

O Abacateiro (Persea americana) é uma árvore de fruto da América Central, onde era cultivada antes da chegada dos Espanhóis…

Não é novidade no Algarve, mas nos últimos anos a área de plantação aumentou, provocando polémica.

Uns apontam que é uma cultura exótica… como batateira, tomateira, milho, arroz, citrinos, além da maioria das plantas cultivadas… burros e cabras são também alóctones…

Outros que gasta muita água e até publicam valores falsos desse consumo… ignorando que as necessidades de rega das culturas se encontram publicadas desde a DRAPALG até á FAO. Aí se pode ver que não existe diferença entre Citrinos e Abacateiros.

Ainda outros contestam o consumo de água na agricultura… sem se terem dado conta que agricultura sem rega, em clima Mediterrâneo como o do Algarve, deixou de ter rentabilidade desde há muitas décadas.

Note-se que o Algarve foi até aos anos 70 do século passado a única região do País que produzia mais bens agrícolas, pecuários e florestais do que consumia… essa produção foi gradualmente minguando porque não soubemos integrar o turismo com o resto da economia.

A Reserva Agrícola, cartografada quando do PROTAL, ronda 10% do Algarve (50 000 há) e nem metade dessa área se encontra agricultada.

O Algarve é potencialmente rico em água - subterrânea e superficial; e apontam-se como valores indicativos 200 milhões de m3 para cada uma destas origens hídricas… a capacidade de retenção de água por meio de barragens ainda pode ser substancialmente aumentada; e quanto aos 50 milhões de m3 de esgotos urbanos tratados nem se reutiliza 1% (Espanha 25%).

Quanto ao consumo de água pelo regadio, ronda os 200 milhões de m3… 70% do consumo total do Algarve…

Portanto, se somos deficitários em produção agrícola… apesar de termos solos disponíveis e água, desde que se aproveite os recursos hídricos disponíveis… implica que somos pobres por opção e não por fatalidade.

Aplaudo a intervenção do presidente da AMAL, António Pina - “temos perdido demasiado tempo e atenção com certas entidades”…