Incêndios: Riscos não devem ser desvalorizados mas não se deve ter medo

O Primeiro-Ministro Antonio Costa, e membros do Governo das várias áreas governativas, acompanhado dos autarcas locais do Concelho de Loulé e concelhos vizinhos marcaram presença num conjunto de iniciativas no sítio dos Vermelhos - Freguesia do Ameixial no interior da serra do concelho de Loulé, onde puderam observar as ações no terreno de limpeza de mato e apresentação de planos e projetos no âmbito da prevenção.

Através desta iniciativa, pretende-se ainda clarificar que o trabalho de limpeza de terrenos decorrerá até 31 de maio.

A limpeza dos matos constitui um passo fundamental para termos uma floresta mais resiliente e resistente ao risco de incêndio, uma floresta que contribua para a vitalidade do mundo rural, que seja fonte de rendimento para as populações, e de fixação de emprego das populações.

 O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje no Ameixial que não se devem desvalorizar os riscos de possibilidade de ocorrência de incêndios, mas considerou também que não se deve "ter medo".

"Nem desvalorizar os riscos, porque isso é um perigo, nem ficarmos paralisados com medo dos riscos. Quando há um risco nós devemos procurar identificá-lo, mitigá-lo diminuí-lo de forma aumentar a segurança de todos", afirmou o primeiro-ministro em declarações aos jornalistas, no Serro dos Vermelhos, no concelho de Loulé.

António Costa chegou de helicóptero a esta zona isolada da serra algarvia, onde assistiu a uma das ações de limpeza de mato que hoje decorrem em todo o país, com a participação de membros do Governo, de forças militares, da Proteção Civil e das autarquias.

Questionado pelos jornalistas, sobre a diferença entre os trabalhos de prevenção realizados este ano e no anterior, o primeiro-ministro sublinhou que existe "claramente" uma diferença, já que, há um ano, "não havia este movimento, esta azáfama" em todo o país, envolvendo proprietários e autarquias, entre outros.

António Costa ressalvou ainda que, apesar de as medidas já estarem em vigor há quase doze anos, "pela primeira vez", há uma "grande consciência" de que é necessário proceder à limpeza dos terrenos, sendo fundamental que todos se concentrem a fazer "aquilo que é essencial".

"É preciso termos em conta que estas normas já estão em vigor há quase doze anos e houve muito pouca consciência da necessidade de as cumprir", sublinhou.

Relativamente ao relatório da comissão técnica independente sobre os grandes incêndios de 2017, conhecido esta semana, o primeiro-ministro referiu que se limita "humildemente a ler o que está escrito", procurando interpretar os dados e adaptá-los às políticas necessárias.

"Foi assim que fizemos com o primeiro relatório", frisou, acrescentando que o Governo já tem "cerca de três quartos das medidas que foram recomendadas em execução", trabalho que vai prosseguir, tendo em conta os "recursos existentes e o calendário adequado para tomar cada uma das medidas".

Segundo António Costa, enquanto o risco de incêndio "não desaconselhar as limpezas", deve limpar-se "o mais possível", porque quanto mais se fizer agora "menor é o risco que teremos amanhã".

O primeiro-ministro iniciou hoje o dia a sul, visitando uma ação de limpeza organizada pelo município de Loulé (distrito de Faro), seguindo depois para Portalegre.

No conjunto das ações, que visam também “clarificar que o trabalho de limpeza de terrenos decorrerá até 31 de maio”, participam o Presidente da República e cerca de 20 membros do Governo.

Por: Lusa/ CML