O projeto resulta de um estudo encomendado pela ANA – Aeroportos de Portugal para diagnosticar as potencialidades e as carências da região para poder apostar de forma inequívoca no ciclismo e nas caminhadas como produtos turísticos que permitam combater a sazonalidade, dar sustentabilidade económica à região e mais receitas.
As responsabilidades de cada parceiro estão definidas, cabendo às autarquias assegurar a manutenção dos trilhos, garantir a segurança dos mesmos e cuidar da sinalética, enquanto o Turismo de Portugal vai estar empenhado na estruturação do produto e a Associação de Turismo do Algarve irá empenhar esforços na área da promoção e internacionalização destes produtos.
O presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, explicou que assim que as autarquias tenham terminado a sua ação no terreno, resolvendo problemas e dando maior atratividade às rotas existentes, estarão reunidas condições para o lançamento de um portal eletrónico dedicado ao ciclismo e ao pedestrianismo no Algarve.
Os principais atrativos da região para estes produtos são atualmente a Rota Vicentina, a Via Algarviana, a Ecovia do Litoral e a Grande Rota do Guadiana, mas o projeto irá contemplar outros trilhos e percursos.
Um projeto do Turismo do Algarve e da Federação Portuguesa de Ciclismo com vista à criação de mais de 40 percursos para ciclismo de estrada na região para atrair os praticantes amadores da modalidade, mas com particular interesse nos estágios para equipas de ciclismo profissionais, foi integrado no plano hoje apresentado.
Presente na apresentação das conclusões do estudo e do projeto, que vai estar em curso até 2019, o administrador da ANA Aeroportos, Luís Vaz, explicou que o Aeroporto de Faro já está a atingir a sua capacidade máxima durante a época alta, sendo a aposta na atração de turistas durante o resto do ano uma forma interessante de aumentar a operação.
O plano estipula tarefas e objetivos anuais distribuídos pelos vários parceiros já a trabalhar até ao final do próximo verão.
Jorge Botelho registou o desafio, referindo que, dado o prazo e as metas estabelecidos para 2016, será expectável que durante o primeiro trimestre de 2017 já seja possível ter resultados que demonstrem o sucesso ou insucesso do projeto.
Dizendo-se entusiasmada pela forma como as várias entidades públicas e privadas se estão a empenhar neste projeto, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, afirmou que vai acompanhar os desenvolvimentos com regularidade na esperança de bons resultados que possam posteriormente ser replicados no resto do país.
Num ano em que os dados turísticos parecem ultrapassar as expectativas, Ana Mendes Godinho mostrou-se satisfeita pelo empenho dos agentes do setor em alargar o período turístico e criar produtos para todo o território em vez de ficarem “à sombra da bananeira”.
“Temos de ter atividade todo o ano. Uma região não pode viver só de seis meses [de atividade] como vive há 40 anos”, disse à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, Jorge Botelho, que espera que esta aposta se traduza em mais emprego e maior sustentabilidade empresarial
Por: Lusa