O Conselho Consultivo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), reunido em Vilamoura este fim-de-semana, analisou as implicações da proposta do Orçamento de Estado para 2016, na situação económica e social da Restauração, da Hotelaria, do Turismo e do nosso país, bem como o desemprego nestes setores, que atingiu a pior taxa dos últimos 8 anos.

Foi vivamente saudada a decisão do Governo em repor a taxa de IVA nos serviços de alimentação e bebidas nos 13%, a partir do próximo dia 1 de julho. Foi igualmente decidido continuar as negociações com o governo para a definição dos últimos detalhes técnicos, no tocante à problemática da diferenciação das taxas de algumas bebidas, numa prestação de serviços que é unívoca - o serviço de refeições. O Conselho Consultivo sublinhou ainda a total disponibilidade da AHRESP para participar no grupo de trabalho que vai monitorizar os efeitos destas decisões.

Finalmente, foram analisados os dados do Emprego, na Restauração e Hotelaria, que o INE acaba de publicar, referentes ao final de 2015. Confirmado, infelizmente, aquilo que a AHRESP vem destacando há 4 anos, pois 2015 foi o ano de mais baixo emprego dos últimos 8 anos, em que houve uma variação homóloga negativa de -17.700 postos de trabalho (-6,4%), face a 2014, e de -31.700 postos de trabalho (-10,9%), face a 2011, último ano da taxa do IVA a 13%.

Igualmente foram avaliados os dados, acabados de publicar, pelo Banco de Portugal, que confirma que se acentuam desde 2011 os rácios de créditos vencidos, com elevadas percentagens de EBITDA’s e capitais próprios negativos.

Afirmando, inclusive, “… que o setor da restauração e alojamento apresenta as percentagens mais elevadas em todos os indicadores de risco (mais de metade teve resultados líquidos e capitais próprios megativos)…”

Pelo que se concluiu que urge reverter esta tendência, e que as nossas empresas, em conjunto com o governo, saberão encontrar novos caminhos para o crescimento e para a recuperação económica, para a recapitalização, e para a criação de novos, e imprescindíveis, postos de trabalho.

No próximo dia 1 de março, nas Jornadas AHRESP-OCC, o Primeiro-Ministro, e vários membros do Governo, farão o balanço da situação, e irão refletir com cerca de 1.500 participantes, sobre as medidas a aplicar no curto e médio prazo.

 

Por BDC