A Águas Públicas do Alentejo (AgdA) vai remodelar a Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Roxo, num investimento de 1,5 milhões de euros, que permitirá "absorver cheiros e sabores indesejáveis" da água fornecida a Beja e Aljustrel.

Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, a empresa refere que decidiu antecipar a empreitada para "melhoria do processo de tratamento" da ETA devido à "necessária e urgente" intervenção na infraestrutura com vista a capacitá-la para "dar resposta às alterações de qualidade da água bruta na albufeira do Roxo e fazer face às exigências de qualidade da água exigidas pela legislação em vigor".

A empreitada, incluída na "necessária reabilitação alargada" da ETA prevista no plano de investimentos da Agda, inclui a instalação de duas novas etapas de tratamento, que "permitirão oxidar mais eficazmente a matéria orgânica e absorver cheiros e sabores indesejáveis como os registados no verão passado e que foram sentidos pelas populações de Beja e Aljustrel", explica a empresa.

Trata-se das etapas de pré oxidação por ozonização e de filtração final por carvão ativado granular, precisa a empresa, referindo que o concurso público para a empreitada de conceção e construção para melhoria do processo de tratamento da ETA já foi publicado em Diário da República.

No verão passado, a água das redes públicas dos concelhos de Beja e Aljustrel, captada na albufeira do Roxo, suscitou queixas dos consumidores por alegadamente apresentar "cheiro a terra e sabor a mofo".

No passado mês de agosto, a AgdA, a responsável pelo abastecimento em alta naqueles dois concelhos do distrito de Beja, esclareceu que os problemas se deviam "à proliferação de microrganismos na albufeira do Roxo em resultado das elevadas temperaturas e do abaixamento das reservas de água".

Na altura, a AgdA e o Grupo de Acompanhamento da Qualidade da Água do Sistema do Roxo, constituído por várias entidades nacionais, regionais e locais, garantiu que os resultados das análises feitas à água mostraram "o cumprimento dos parâmetros de qualidade exigidos pela legislação aplicável".

O consumo da água da albufeira do Roxo "não constitui risco para a saúde pública, conforme parecer da Autoridade de Saúde Pública", mas "serão mantidos os apertados controlos analíticos", para "assegurar uma permanente vigilância da sua qualidade", garantiu o grupo na altura.

A situação levou as câmaras de Beja e Aljustrel a reclamarem, no passado mês de agosto, num comunicado conjunto, uma "intervenção célere" da AgdA na ETA do Roxo e a adoção de "medidas corretivas" no processo de captação e tratamento da água.

Na mesma altura, como anunciou o grupo, o local de captação de água foi alterado e passou a ser feito através de uma jangada numa zona mais afastada da margem da albufeira do Roxo, o que permitiu passar a extrair água "de melhor qualidade".

Também foram introduzidas "alterações nos procedimentos de operação da ETA" para permitir "atenuar a questão do sabor e do cheiro a mofo da água fornecida" e maximizar "a utilização de água subterrânea para diluição com a água proveniente da ETA do Roxo", referiu o grupo, realçando que as "medidas de curto prazo" tomadas "não substituem a necessidade de uma remodelação mais profunda da ETA do Roxo".

 

Por: Lusa