Taxa de desemprego recua para 5,9%, a mais baixa dos últimos dois anos
• Emprego atinge novo máximo: mais de 5,24 milhões de profissionais ativos
• Salários crescem, mas valorização continua desigual entre setores e profissões.
• Análise da Randstad Research alerta para aumento das disparidades salariais
A Randstad Portugal divulga hoje a sua análise aos resultados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao segundo trimestre de 2025. Os dados revelam um cenário de crescimento contínuo do mercado de trabalho em Portugal, com a taxa de desemprego a recuar para 5,9%, o valor mais baixo desde 2023. No entanto, apesar da tendência positiva, a análise da Randstad Research chama a atenção para o aumento das desigualdades salariais.
De acordo com os dados do INE, o número de profissionais a receber mais de 3.000 euros mensais líquidos de salário duplicou nos últimos dois anos, passando de 51.800 para 98.300 pessoas. Esta é a maior cifra de sempre neste patamar salarial em Portugal. Apesar disso, estes profissionais continuam a representar apenas 2% da população empregada por conta de outrem (PCO), o que revela que este crescimento, embora expressivo, está concentrado numa minoria de trabalhadores.
Este aumento dos rendimentos reflete uma evolução positiva, mas também evidencia disparidades salariais crescentes. Enquanto as categorias como “Executivos e diretores” recebem em média 63% acima da média nacional, outras como os “Trabalhadores não qualificados” e os “Agricultores” permanecem significativamente abaixo da média, com remunerações 37% e 27% inferiores, respetivamente. No segundo trimestre de 2025, a remuneração líquida média em Portugal atingiu 1.264€, (+1,1% face ao período homólogo).
As Forças Armadas lideraram os aumentos salariais trimestrais (+13,2%) e homólogos (+18,9%). Em contrapartida, categorias como os “Trabalhadores dos serviços pessoais e vendedores” e os “Trabalhadores da indústria e construção” observaram uma ligeira contração de 0,6%.
Nos últimos dez anos, as profissões que mais aumentaram os seus rendimentos foram as Forças Armadas (+71,6%), os Operadores de instalações e máquinas (+67,9%) e os Trabalhadores não qualificados (+66,6%).
Segundo a Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, os dados hoje conhecidos confirmam que “estamos a assistir a um claro crescimento da massa salarial nas faixas superiores, o que indica um aumento da competitividade e atratividade de alguns setores. No entanto, este progresso não está a ser acompanhado de forma homogénea e muitas profissões continuam a registar remunerações estagnadas ou abaixo da média nacional, o que continua a representar um desafio para o mercado de trabalho e para as condições de vida destes trabalhadores”
Desemprego em queda, emprego em alta
O número total de pessoas empregadas atingiu um novo máximo histórico de 5.248.300 profissionais. A taxa de desemprego caiu abaixo dos 6% (para 5,9%, a menor taxa nos últimos dois anos), refletindo uma redução trimestral de 36.300 pessoas desempregadas (-9,9%).
O maior contributo para a criação de emprego deu-se nos setores dos serviços, nomeadamente alojamento e restauração (+6,7%) e logística (+6,9%). Por faixa etária, o maior aumento verificou-se entre os profissionais dos 25 aos 34 anos, com mais 18.000 pessoas empregadas neste grupo, e na faixa etária dos 65 aos 89 anos, que teve um aumento de 16.800 pessoas (+7,5%).
O teletrabalho aumentou no 2º trimestre do ano em 12.800 profissionais, sendo de 20,9% do total de empregados do país. É na grande Lisboa que se encontra o maior recurso ao tranalho remoto (32,7%). Por oposição, a região dos Açores detém a menor percentagem de profissionais com recurso a teletrabalho com apenas 9,1%.
Por: llyc