O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informou hoje que “a larga maioria” dos postos de atendimento ao público se encontra a funcionar, no primeiro de dois dias de greve decretada pelo sindicato de funcionários não policiais do serviço.

Ao início da tarde, dados do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SINSEF), divulgados em conferência de imprensa, realizada no Porto, referiam que a adesão à paralisação rondava os 90% e que os postos de Coimbra, Leiria, Lisboa, Portimão e Alverca se encontravam encerrados.

Em comunicado, o SEF refere que a direção nacional do Serviço promoveu “oportunamente” uma reunião com o SINSEF, para “tentar a conciliação, manifestando abertura para aceder a várias das reivindicações do Sindicato, mas esbarrou na exigência deste, de reposição da carreira especial de apoio à investigação e fiscalização (CAIF) para os funcionários administrativos do SEF, carreira essa extinta em 2008”.

Na conferência de imprensa, a presidente do SINSEF, Manuela Niza, disse que o que está em causa na greve “não é uma questão salarial, é repor a dignidade” a estes trabalhadores.

Segundo Manuela Niza, 47% dos efetivos no SEF encontram-se assim “numa carreira genérica da administração pública, pese embora o facto de lidarem com matérias sensíveis, terem acesso a bases de dados altamente confidenciais e um trabalho que, numa altura em que a Europa se vê a braços com tantas questões ligadas à migração, deveria ser acarinhada e dignificada”.

“Somos o único serviço de segurança cuja carreira foi extinta, mal extinta, e que continua sem ser reativada”, sustentou, acreditando que esta luta “vai fazer a diferença”.

Além da reposição da carreira de apoio à investigação e fiscalização, o SINSEF exige também a extensão da medicina do trabalho a estes cerca de 630 funcionários com funções não policiais.

“Nunca tivemos medicina no trabalho. Foi dada aos restantes 53% [dos trabalhadores do SEF] e não temos nada contra, necessitavam imenso desse apoio, mas lamentamos que não tenha sido alargado aos restantes trabalhadores, que estão expostos constantemente, nos postos de atendimento ao público, a inúmeras ameaças de saúde pública”, concluiu.

 

Por Lusa