A Comissão Europeia aprovou um pacote de investimentos no valor de 264,8 milhões de euros para apoiar o ambiente, a transição para uma economia mais circular e sustentável, a biodiversidade e o crescimento verde na Europa. Os investimentos abrangem 96 novos projetos, sendo 6 deles portugueses, e que serão financiados pelo programa LIFE.

O Projeto LIFE Impetus (do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, I. P. em parceria com as Universidades de Lisboa e do Algarve) visa testar a eliminação dos compostos farmacêuticos - que são resistentes às formas convencionais de tratamento das águas residuais - através de adsorventes respeitadores do ambiente feitos de resíduos vegetais locais (alfarroba e cortiça) e coagulantes biopolímeros. Será efetuado um ensaio de campo ao longo de três anos, em estações de tratamento de lamas ativadas de duas regiões com stress hídrico (Lisboa e Algarve), sendo controlada a acumulação dos compostos farmacêuticos e efetuada uma análise de custo/benefício dos métodos de tratamento utilizados.

Os 6 projetos portugueses dividem-se em duas categorias. Na categoria "LIFE Ambiente e eficiência na utilização dos recursos" incluem-se 4 projetos que perfazem um orçamento global de 4,8 milhões de euros. Para além do Projeto LIFE Impetus, estão nesta categoria: o Projeto LIFE SWSS (Instituto de Soldadura e Qualidade) que visa demonstrar a utilização de um «sistema de abastecimento de água inteligente», o projeto LIFE No_Waste (Universidade de Aveiro) que ambiciona demonstrar a utilização sustentável de resíduos para regenerar solos degradados em áreas de exploração mineira; e o Projeto FLAW4LIFE (Fruta Feia CRL) que procura criar mercados alternativos para a fruta e os legumes com imperfeições, reduzindo assim o desperdício alimentar em 460 toneladas por ano.

A categoria "LIFE Natureza e biodiversidade" conta com 2 projetos portugueses que orçamentam um total de 9,1 milhões de euros: o Projeto LIFE RUPIS [Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)] que visa aumentar as populações do abutre do Egito e da águia de Bonelli no vale do Douro Internacional; e o Projeto LIFE LINES (Universidade de Évora) com o objetivo de avaliar e divulgar boas práticas para reduzir o impacto negativo para a fauna selvagem das infraestruturas de transporte linear e redes de energia.

"O dinheiro investido em projetos ambientais é muito bem aplicado", garante o Comissário europeu Karmenu Vella, responsável pelo Ambiente, os Assuntos Marítimos e a Pesca. O Comissário acrescenta que fica "muito satisfeito" ao constatar que o programa LIFE apoia diversos projetos inovadores, certo de "irão dar um contributo decisivo".

Em resposta ao convite à apresentação de propostas terminado em junho de 2014, a Comissão Europeia recebeu 1 117 candidaturas, das quais selecionou 96 projetos de 21 Estados-Membros que serão cofinanciados pela União Europeia com uma verba de 160,6 milhões de euros, no âmbito das três vertentes do programa: «Ambiente e eficiência na utilização dos recursos e matérias-primas», «Natureza e biodiversidade» e «Governação e informação».

O programa LIFE é o instrumento da União Europeia para financiar o ambiente e a ação climática. Foi criado em 1992 e já investiu em mais de 4 000 projetos em toda a UE e em países terceiros. 

 

Por Comissão Europeia