Educação, encorajamento e consciência são alguns dos elementos destacados por responsáveis europeus do projeto «Round-Trip», que procurou ao longo deste ano diagnosticar os obstáculos que os cidadãos sentem na participação democrática e encontrar formas de promover essa participação.

O projeto, lançado pela ECOS- Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento em parceria com quatro parceiros da Polónia, da Eslovénia, da Alemanha e da Lituânia, entrou hoje na reta final com uma conferência internacional em Loulé, distrito de Faro, e termina a 27 de novembro, após um ano de trabalho.

“Foi extremamente alarmante verificar a falta de conhecimento que os cidadãos têm dos vários espaços de participação”, disse o responsável da ECOS, Bruno António, que defende uma aposta séria na educação e informação para a participação cívica.

A ECOS, sediada na Universidade do Algarve, pretende aliar a questão da participação democrática dos cidadãos com a inovação nos mecanismos e formatos dessa intervenção.

“É importante ter a consciência das consequências das ações ou das não-ações”, disse à Lusa Borut Jerman, representante da Associação para a Educação e Cultura da cidade de Koper, que dinamizou o “Round-Trip” na Eslovénia, sublinhando que participação implica também falar de responsabilidade social, de educação e de métodos de participação.

Após várias ações e a apresentação de resultados dos vários países participantes, Anna Pomykot, representante do Civil Iniciative Development Center, organização participante no projeto na Polónia, considera imprescindível a construção de uma “ponte” que faça a ligação entre os cidadãos e os órgãos políticos locais, regionais ou outros.

“É importante a educação de ambas as partes, mas também conhecer o tipo de mecanismos disponíveis e, ainda mais importante, conhecer o porquê - porque o devemos fazer, porque é importante que os cidadãos participem”, comentou após a sessão de hoje em Loulé, sede do concelho escolhido para as ações do projeto “Round-Trip” em Portugal.

O «Round-Trip» foi cofinanciado pelo Programa Europeu para os Cidadãos, tem estado em curso ao longo de 2015 e envolveu ainda as cidades europeias de Berlim Berlim (Alemanha), em Vilmius (Lituânia), Koper (Eslovénia) e Rybnik (Polónia).

Os trabalhos realizados e os resultados obtidos vão ser “vertidos” em duas publicações, com edições em cinco idiomas e que a ECOS pretende fazer chegar aos mais variados responsáveis políticos, inclusivamente responsáveis políticos da Comissão Europeia.

 

Por Lusa