O museu e sítio arqueológico do Cerro da Vila, em Vilamoura, reabrem as suas portas com uma série de inovações e melhoramentos que vão tornar mais fácil e intuitiva a visita a um espaço que conta uma história com mais de 5.000 anos mas com especial incidência para a ocupação romana do sul do País.
Estes últimos meses, entre janeiro e abril, foram aproveitados para introduzir alterações físicas no museu com a exposição de novas peças e um novo lay out, e também uma aposta na vertente tecnológica, designadamente a produção de vídeos interativos e visitas virtuais a 360 graus https://www.vilamouraworld.com/pt-pt/ruinas-romanas-de-cerro-da-vila/.
O museu e o sítio arqueológico do Cerro da Vila, inaugurado em 1998, foi alvo desta remodelação que começa logo na receção onde o visitante pode gratuitamente ter acesso visual a um mapa da vila marítima romana que ali existiu, apreciar conchas e ânforas de cerâmica, bem como outros elementos informativos da vida dos romanos entre os séculos I e V D.C..
O percurso pelas ruínas, num perímetro de cinco hectares, proporciona uma experiência imersiva de uma típica vila marítima romana, constituída por edifícios residenciais com mosaicos e luxuosos fontanários (domus), balneários públicos e privados (piscinas de água fria e quente, sauna), fábricas de produção de preparados de peixe (garum, liquamen, hallec, muria) e monumentos funerários (columbaria, sepulturas de inumação).
Esta parte do complexo museológico do Cerro da Vila é uma das vilas romanas mais bem preservadas do País, a mais escavada do Algarve e é também a única vila marítima do Algarve, mostrando a importância do que foi o local como entreposto comercial servido por embarcações que navegavam entre os principais centros urbanos localizados na costa ocidental atlântica e mediterrânica.
No corredor de acesso à sala de exposições, as paredes possuem agora núcleos pensados para todas as idades. O primeiro apresenta as ferramentas e os materiais envolvidos no trabalho arqueológico e o segundo revela como é que os arqueólogos, depois de encontrarem peças nas escavações, os transformam em objetos, através de restauro e conservação.
Um dos núcleos desse espaço, o que conta com as peças ex-libris, pode mesmo ser observado da janela exterior, de forma a gerar logo curiosidade apenas a quem passa pelo local. Todos estes expositores serão renovados consoante a temática da exposição central da sala. E antes mesmo de se entrar no espaço com os artefactos romanos, islâmicos e da Idade do Bronze, há mais um televisor com um vídeo de homenagem aos principais arqueólogos que trabalharam nas escavações daquela vila, desde 1963.
Já dentro da sala permanente, há agora peças nunca antes exibidas, como é o caso de um prato de terra sigillata, restaurado pelos romanos, no século V d.C., e até de um vaso que se pensava ser lacrimal, mas que seria usado para perfumes.
Além do museu e do sítio arqueológico do Cerro da Vila, o espaço integra também uma área de investigação onde os dois arqueólogos residentes, Ana Pratas e Filipe Henriques, estudam e catalogam, há vários anos, milhares de achados nas escavações efetuadas que suportam os trabalhos científicos que desenvolvem.
O Museu encontra-se na Avenida do Cerro da Vila, ao lado da Marina e na estrada que dá acesso à praia da Falésia, e está aberto de segunda a sexta, entre as 10:00 e as 12:30, e das 14h às 18h. Os bilhetes custam entre dois e quatro euros e há também disponibilidade para agendar visitas para grupos ou escolas.
JLM&A